
- Vale (VALE3): Conselho aprova emissão de R$ 6 bilhões em debêntures para reforçar caixa e aumentar flexibilidade financeira
- Petrobras (PETR4): Estatal firma acordo com Unigel e reassume fábricas de fertilizantes na Bahia e em Sergipe
- JBS (JBSS3): Assembleia expõe divisão entre acionistas sobre proposta de listagem nos Estados Unidos
Em uma sexta-feira movimentada no mercado financeiro, cinco gigantes do setor corporativo brasileiro protagonizaram anúncios estratégicos que movimentaram investidores e redesenharam expectativas.
A Vale (VALE3) anunciou a emissão de R$ 6 bilhões em debêntures, a Petrobras (PETR4) formalizou um acordo com a Unigel para retomar unidades de fertilizantes no Nordeste. Além da JBS (JBSS3), vivendo um impasse entre acionistas sobre a proposta de dupla listagem de suas ações nos Estados Unidos. Telefônica Brasil (VIVT3) e Allos (ALOS3) também divulgaram ajustes em seus respectivos pagamentos de juros sobre capital próprio (JCP).
Vale emite R$ 6 bilhões em debêntures
O Conselho de Administração da Vale aprovou a 11ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações e do tipo quirografário, distribuídas em três séries. O valor total da captação será de R$ 6 bilhões. Com a operação, a mineradora busca fortalecer seu caixa e reforçar a capacidade de investimento em projetos estratégicos e eventuais aquisições.
A emissão ocorre em um momento de oscilação nos preços do minério de ferro e pressões sobre a política ambiental da companhia. Analistas interpretam a iniciativa como uma estratégia para assegurar liquidez diante de um cenário global incerto. E, ao mesmo tempo preservar sua estrutura de capital.
Petrobras e Unigel encerram litígios
Em outra frente, a Petrobras selou um acordo com a Unigel, encerrando disputas judiciais e contratuais envolvendo o arrendamento de fábricas de fertilizantes localizadas na Bahia e em Sergipe. Com o novo acordo, as unidades voltarão ao controle da estatal, em data ainda a ser definida.
A retomada dessas operações representa um avanço da Petrobras na tentativa de reestruturar sua atuação no setor de fertilizantes. Contudo, considerado estratégico para a segurança alimentar e independência produtiva do país. A medida pode ampliar a produção nacional e reduzir a dependência de importações no médio prazo.
JBS enfrenta divisão entre acionistas
A assembleia de acionistas da JBS expôs uma divisão sensível entre investidores. Uma contagem inicial dos votos indicou que uma pequena maioria se opõe à proposta da companhia de realizar uma dupla listagem nos Estados Unidos. A votação ainda não foi concluída, mas o cenário aponta para um embate que pode adiar ou até frustrar os planos da empresa de ampliar sua visibilidade e captação no mercado internacional.
Caso aprovada, a proposta permitirá à JBS emitir ações diretamente em bolsas americanas, como a NYSE, o que, segundo a diretoria, garantiria acesso a investidores institucionais e melhores condições de financiamento. No entanto, críticos argumentam que a operação reduziria a influência dos acionistas brasileiros e traria riscos regulatórios adicionais.
Telefônica Brasil e Allos atualizam JCP
Por fim, a Telefônica Brasil (VIVT3) anunciou que não realizou movimentações com ações em tesouraria em seu programa de recompra. Com isso, o valor por ação do JCP aprovado em 12 de maio permanece inalterado em R$ 0,1543.
Já a Allos (ALOS3), no entanto, ajustou o valor bruto dos juros sobre capital próprio, devido à alteração no número de ações em tesouraria. O novo valor a ser pago em 3 de junho será de R$ 0,101814360 por ação.
Esses comunicados, no entanto, refletem a atenção que as companhias vêm dando à transparência e à remuneração aos acionistas, em um cenário de taxa Selic elevada e foco na atratividade dos papéis no mercado secundário.