A tradicional superstição sobre a sexta-feira 13 se concretizou para os investidores brasileiros, que enfrentaram perdas significativas na Bolsa de Valores e no câmbio. O índice Ibovespa recuou 1,13%, encerrando o pregão a 124.612,22 pontos, o que representa uma queda de 1.429,99 pontos. Com esse resultado, a perda acumulada na semana atingiu 1,06%, refletindo um clima de insegurança no mercado financeiro.
A pressão sobre o real foi evidente, com o dólar comercial avançando 0,43%, fechando a R$ 6,03. Mesmo após a intervenção do Banco Central, que realizou um leilão de venda de dólares, a moeda norte-americana manteve-se em alta, com a alta chegando a 1,1% no meio da tarde. A escalada dos juros futuros também foi um fator de preocupação, com as taxas subindo em toda a curva e se aproximando dos 15%.
O cenário econômico no Brasil permanece sombrio, com as questões fiscais em evidência. O Ministério da Fazenda divulgou o relatório Prisma Fiscal, que trouxe uma revisão das projeções econômicas para 2024 e 2025. Enquanto as previsões para o resultado primário do governo melhoraram, o indicador da dívida pública bruta, como proporção do PIB, foi revisado para cima.
Na Bolsa, poucas ações conseguiram escapar das quedas. A Vale (VALE3) registrou a quarta queda consecutiva, com desvalorização de 1,50%, enquanto Petrobras (PETR4) caiu 0,63%. No setor de varejo, Magazine Luiza (MGLU3) perdeu 2,15%, Assaí (ASAI3) caiu 5,12%, e Carrefour (CRFB3) recuou 5,02%. A exceção foi o GPA (PCAR3), que subiu 4,87%, após rumores de uma possível fusão com a rede Dia.
Enquanto o cenário no Brasil se desenrola com dificuldades fiscais e econômicas, os mercados internacionais seguem em um ritmo misto, com o Nasdaq se destacando, impulsionado por expectativas de forte crescimento da Broadcom, empresa de chips de IA. Já o Dow Jones registrou sua sétima queda consecutiva, a maior sequência de perdas desde 2020.
Com o pacote fiscal ainda sem avanços significativos no Congresso, os investidores permanecem cautelosos, aguardando mais clareza sobre as políticas econômicas do governo e o andamento da reforma tributária.