Autocrítica rara

Squadra admite erros em Rumo e Hapvida, amarga perdas e muda estratégia nos fundos

Gestora reconhece falhas em análises, revisa alocação e aposta em recuperação da Hapvida após integração difícil.

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Squadra admite erros em Rumo e Hapvida, amarga perdas e muda estratégia nos fundos
  • Squadra admitiu erros em Rumo e Hapvida, com impacto negativo nas carteiras.
  • Gestora reduziu posição em Rumo e aumentou aposta em Hapvida após sinais de recuperação.
  • Fundos reagiram em 2025, com altas de até 30,7% no semestre, superando o Ibovespa.

A Squadra Investimentos reconheceu publicamente erros em análises que afetaram investimentos em Rumo e Hapvida. Em carta aos investidores, a gestora admitiu que subestimou riscos relevantes e pagou caro por ativos sem margem de segurança.

O movimento raro de autocrítica veio após um 2024 desafiador, em que os fundos Long-Biased e Long-Only da casa caíram mais de 20%, enquanto benchmarks apresentaram desempenho melhor.

Caso Rumo

Na Rumo, a Squadra disse ter se concentrado excessivamente no potencial de aumento dos preços de fretes ferroviários e negligenciado riscos que já havia identificado internamente.

Assim, segundo a carta, decisões de investimento baseadas em “valor estratégico” se mostraram pouco rigorosas diante das cifras bilionárias envolvidas. Isso levou a revisões de orçamentos, maiores desembolsos de capex e pressões sobre alavancagem.

Portanto, a gestora também criticou a influência do grupo controlador da companhia, citando trocas na administração e dividendos desalinhados com os compromissos de longo prazo.

Caso Hapvida

No investimento em Hapvida, a Squadra admitiu dois erros principais: subestimar os desafios da integração de aquisições e pagar caro pelas ações. O resultado foi uma sequência de decepções que comprometeu a rentabilidade esperada.

Apesar das falhas, a gestora vê sinais de recuperação. Além disso, segundo a carta, a fase mais dolorosa da integração passou, e a rentabilidade da principal adquirida voltou a níveis que geram valor.

Desse modo, a Squadra aumentou sua posição em Hapvida no primeiro semestre de 2025, apostando em um cenário de risco-retorno mais favorável.

Estratégia e resultados

A gestora reforçou que seguirá com foco em companhias brasileiras, mesmo diante da tentação de investir em gigantes globais como a Nvidia. Para a Squadra, sua vantagem competitiva está no conhecimento acumulado do mercado local.

Ademais, no campo das posições vendidas, a casa disse não ter conseguido montar um portfólio robusto em 2024, o que poderia ter amenizado as perdas em um ano difícil para a bolsa.

Por fim, apesar do tom duro sobre 2024, os fundos reagiram bem em 2025: no primeiro semestre, o Long-Biased subiu 30,7% e o Long-Only valorizou 28,7%, superando de longe o Ibovespa, que avançou 15,4% no período.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.