
O empresário Nelson Tanure iniciou nesta segunda-feira (27), uma série de reuniões individuais com os cinco principais bancos credores da Braskem (BRKM5): Bradesco, Itaú, Banco do Brasil, Santander e BNDES. O objetivo é de destravar a operação de adquirir a companhia ancorada em uma dívida bilionária da Novonor (ex-Odebrecht).
Esses bancos detêm um papel crucial na operação — são eles que, na prática, têm a palavra final sobre o destino das ações da Braskem atualmente em posse da Novonor.
Isso porque esses papéis foram dados como garantia em dívidas que somam cerca de R$ 15 bilhões.
Oferta sob fogo cruzado na Braskem
A proposta, segundo o colunista Lauro Jardim, do O Globo, girou em torno de US$ 100 milhões e inclui uma cláusula que manteria a Novonor com cerca de 5% da posição na Braskem, mesmo após a transação.
O plano foi recebido com espanto não apenas pelos bancos, mas também pela Petrobras — sócia minoritária da petroquímica —, que não foi consultada previamente.
Fontes próximas ao caso afirmam que os bancos já consideram essa jogada “fadada ao fracasso”, uma vez que as ações ofertadas estão atualmente bloqueadas por inadimplência da Novonor.
E mais: Tanure também não se propôs a pagar os R$ 15 bilhões que a controladora da Braskem deve às instituições financeiras.
“Os bancos estão muito irritados com essa tentativa de manobra da Novonor com ações que simplesmente não estão disponíveis para venda”, afirmou uma fonte ao Pipeline.
Garantias frágeis, pressões crescentes
A pressa da Novonor em fechar com Tanure tem explicação. Hoje, o valor de mercado da sua participação na Braskem é de apenas R$ 3,3 bilhões — muito abaixo dos R$ 15 bilhões de dívida com os bancos.
A tentativa de manter uma fatia acionária ao lado de Tanure parece ser uma jogada desesperada para preservar algum grau de influência sobre a empresa antes que os papéis passem totalmente ao controle dos credores.
Com informações do Lauro Jardim, no O Globo.