Ninguém escapa

Tarifaço de Trump afunda carteiras recomendadas em julho; veja quem perdeu menos

Queda de 4,17% no Ibovespa em julho derruba todos os portfólios monitorados pelo ranking da Grana Capital; Itaú lidera com menor prejuízo.

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carteiras recomendadas
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  • Tarifa de 50% imposta pelos EUA impactou diretamente o desempenho das carteiras em julho;
  • Nenhuma das 8 carteiras recomendadas acompanhadas pela Grana Capital terminou no azul;
  • Itaú, Ágora e Planner perderam menos que o Ibovespa no mês, que caiu 4,17%.

As carteiras recomendadas pelas principais corretoras de investimentos no Brasil não resistiram à turbulência de julho. O mês foi marcado pela forte queda do Ibovespa, que recuou 4,17%, pressionado pelo tarifaço de 50% imposto por Donald Trump sobre diversos produtos brasileiros.

Nesse contexto adverso, todas as oito carteiras acompanhadas pela Grana Capital encerraram o mês no vermelho. Ainda assim, algumas instituições conseguiram mitigar as perdas com escolhas pontuais de ações mais resilientes, ficando acima da média do mercado.

Tarifaço pressiona Bolsa e aumenta perdas

A decisão do governo dos Estados Unidos de sobretaxar as exportações brasileiras causou instabilidade generalizada no mercado. Embora ações como Petrobras (+4,02%), Embraer (+4,74%) e Vale (+1,54%) tenham se valorizado, o impacto negativo predominou no desempenho geral da Bolsa.

Além disso, o Ibovespa despencou de 138.854,60 pontos em 30 de junho para 133.071,05 pontos em 31 de julho. Segundo o CEO da Grana Capital, André Kelmanson, o mês foi um dos mais difíceis de 2025. “Num ambiente de tempestade perfeita como tivemos em julho, é muito difícil sair do olho do furacão”, afirmou.

Assim, as incertezas externas, somadas ao nervosismo interno, atingiram a maioria dos papéis. Empresas do setor de consumo, tecnologia e varejo sentiram com mais força os efeitos do cenário, prejudicando o desempenho de diversas carteiras.

Desse modo, mesmo com o cenário conturbado, alguns portfólios conseguiram se proteger melhor das perdas, graças à exposição a papéis mais sólidos ou pouco afetados pelo tarifaço.

Itaú lidera ranking com queda menor

No ranking elaborado pela Grana Capital, o destaque ficou com a carteira recomendada pelo Itaú. Com queda de apenas 2,27%, ela liderou o desempenho mensal, beneficiada principalmente pela alta de 3,77% das ações da Marcopolo (POMO4), uma das posições do portfólio.

A Ágora apareceu na segunda colocação com recuo de 2,55%. A carteira Top 10 da casa conseguiu se sustentar com papéis como Embraer, Petrobras e Vale, que não apenas evitaram as perdas, mas também entregaram valorização.

A terceira posição ficou com a Planner, que registrou retração de 3,79%. O desempenho positivo de Fleury (+10,22%) e SLC Agrícola (+2,57%) ajudou a compensar outras perdas, mantendo o resultado final acima do Ibovespa.

Portanto, essas três corretoras foram as únicas a superar o índice de referência da Bolsa, mesmo em meio à forte aversão ao risco que dominou o mês.

Resto do ranking decepciona com quedas fortes

As demais instituições analisadas pela Grana Capital tiveram desempenhos inferiores ao Ibovespa. O BB Investimentos terminou julho com queda de 4,58%, ligeiramente pior do que o índice, enquanto o Santander recuou 6,05%.

Além disso, XP, Genial e BTG Pactual fecharam o mês entre os piores resultados. O BTG teve a maior perda: 7,90%. Na sequência, XP caiu 7,59% e Genial fechou com baixa de 7,28%. Esses números refletem uma combinação de alocações mais arriscadas e exposição a ações duramente penalizadas.

Ademais, entre os destaques negativos, estavam Stone (-19,51%), Renner (-17,33%), XP Inc. (-17,29%), Localiza (-14,54%), Weg (-13,25%) e Cosan (-13,56%). Esses papéis puxaram para baixo carteiras que não conseguiram se defender da turbulência externa.

Desse modo, a falta de ativos mais defensivos em algumas carteiras contribuiu para a diferença de desempenho entre as casas que lideraram e aquelas que ficaram no fim do ranking.

Metodologia do ranking Grana Capital

O levantamento da Grana Capital considera carteiras recomendadas publicamente por corretoras de varejo com base em dados da B3, Tesouro Direto e informações internas do aplicativo. A metodologia avalia um aporte hipotético de R$ 100 mil no início do mês e acompanha a variação dos ativos até o último pregão.

Além disso, os cálculos desconsideram dividendos ou juros sobre capital próprio. O foco é apenas na oscilação dos preços dos ativos recomendados. Em julho, o ranking incluiu carteiras do Itaú, Ágora, Planner, BB, Santander, Genial, XP e BTG Pactual.

Por fim, corretoras como Nubank, Inter, Rico, Clear, Safra, Caixa e Modalmais ficaram de fora por não divulgarem carteiras recomendadas ao público naquele mês.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.