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Tarifaço vira o jogo e muda a rota de um gigante dos ovos

Granja Faria corta exportação aos EUA, eleva preços via Hillandale e acelera expansão americana e europeia após choque tarifário.

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Tarifaço vira o jogo e muda a rota de um gigante dos ovos
  • Tarifaço torna inviável a exportação brasileira de ovos para os EUA e força redirecionamento de volumes
  • Aquisição da Hillandale permite subir preços nos EUA e acelerar granjas em Iowa e Ohio para preservar margem
  • Grupo amplia alternativas com Europa e Japão enquanto ajusta oferta interna e logística no Brasil

A Granja Faria, operação brasileira da Global Eggs, suspendeu as vendas de ovos aos Estados Unidos depois do tarifaço. Segundo o empresário Ricardo Faria, “ficou inviável com essa tarifa”, o que encerrou um negócio que crescia mês a mês.

Ao mesmo tempo, o grupo compensará parte da perda no próprio mercado americano. Como adquiriu a Hillandale Farms, a companhia ajustou preços lá fora e acelerou a expansão de aviários em Iowa e Ohio para sustentar margens.

O que muda com o tarifaço

Com a nova tarifa, a exportação brasileira perdeu competitividade de imediato. Além disso, custos logísticos e prazos mais longos pioraram a conta.

Assim, a Global Eggs redireciona volumes que saíam do Brasil para o mercado doméstico e para outros destinos. No entanto, a realocação não cobre 100% do que ia aos EUA.

Por fim, o grupo reforça a presença na Europa após comprar a espanhola El Granjero, o que dilui riscos comerciais e abre canais alternativos.

Plano nos EUA e reforço de preço

Como a Hillandale integra o grupo, a empresa conseguiu subir preços no varejo americano. Desse modo, a margem local melhora e compensa parte do choque nas exportações.

Além disso, a companhia acelera a expansão de granjas em Iowa e Ohio. Portanto, a oferta americana cresce sem depender do ovo brasileiro.

Em paralelo, a sede nos EUA fica em Gettysburg, na Pensilvânia. Lá, a Global Eggs opera boa parte de um plantel que soma cerca de 20 milhões de aves.

Efeito no Brasil e em outros mercados

No Brasil, a Granja Faria direciona parte do volume antes vendido aos EUA para clientes internos. Ainda assim, a realocação exige ajuste fino de preço e logística.

Além disso, o Japão segue como um dos maiores destinos. Só a marca Katayama envia seis contêineres por semana, o que ajuda a sustentar a ocupação industrial.

De acordo com o grupo, os EUA já respondem por cerca de 60% da receita após a compra da Hillandale, e o faturamento total passa de R$ 15 bilhões.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.