
- Ibovespa ultrapassa os 134 mil pontos, puxado por Petrobras, varejo e small caps; frigoríficos e bancos recuam
- Dólar comercial avança a R$ 5,70, com mercado de câmbio em modo cautela antes do Fed e Copom
- Juros futuros sobem em toda a curva, com expectativa de nova alta da Selic e discurso decisivo de Jerome Powell
O Ibovespa iniciou esta terça-feira (6) em forte alta e, às 10h30, já alcançava 134.101 pontos, com valorização de 0,46%, puxado principalmente pelas ações da Petrobras e pelo bom desempenho de varejistas e empresas de menor capitalização (small caps).
A alta da bolsa reflete uma combinação de fatores internos e externos, incluindo a valorização do petróleo, o apetite por risco de investidores locais e expectativas com os desdobramentos das decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil.
As ações ordinárias da Petrobras (PETR3) subiam 2,36%, enquanto as preferenciais (PETR4) avançavam 2,19%, em linha com os ganhos do petróleo Brent no mercado internacional.
O movimento também impulsionou papéis do setor de óleo e gás, com destaque para as “Petro juniors”, como PRIO3 (+4,29%), RECV3 (+3,79%) e BRAV3, que saltava impressionantes 8,25%. No varejo, papéis como MGLU3 (+1,81%), BHIA3 (+3,51%) e CEAB3 (+1,96%) também figuravam entre as maiores altas do pregão.
O Índice de Small Caps (SMLL) subia 1,13%, aos 2.083,83 pontos, refletindo o apetite por ações de empresas menores e com maior potencial de valorização. No entanto, o pregão mostrava grande dispersão entre setores, com frigoríficos e grandes bancos operando no campo negativo. PCAR3, por exemplo, caía 5,25%, enquanto BBAS3 recuava 0,27%.
Dólar encosta em R$ 5,70 com pressão externa e cautela pré-Fed
Apesar do bom desempenho da bolsa, o dólar comercial subia 0,15%, cotado a R$ 5,698 na compra e R$ 5,699 na venda, com o mercado de câmbio demonstrando maior cautela. A valorização da moeda norte-americana ocorre em meio à espera por novos acordos comerciais dos EUA e, principalmente, pela decisão de juros do Federal Reserve, marcada para esta quarta-feira (7).
O dólar turismo também refletia o movimento e era negociado a R$ 5,683 na compra e R$ 5,863 na venda. O Banco Central, por sua vez, atuava no mercado por meio de um leilão de até 25 mil contratos de swap cambial tradicional, como parte do processo de rolagem de vencimentos.
A PTAX, referência para contratos de câmbio e operações financeiras, teve a primeira parcial do dia registrada com compra a R$ 5,7138 e venda a R$ 5,7144, indicando a continuidade da tendência de alta.
Juros futuros sobem em bloco com expectativas de Selic e cenário internacional
O mercado de juros futuros registrava alta por toda a curva nesta manhã, refletindo o ambiente de incerteza tanto no Brasil quanto no exterior. No cenário doméstico, os investidores aguardam a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), com expectativa de aumento na taxa Selic.
A XP Investimentos prevê um ajuste de 50 pontos-base, levando a taxa básica para 14,75% ao ano. A falta de consenso sobre o tamanho do aumento alimenta a volatilidade nos contratos de Depósito Interfinanceiro (DIs). Que sobem, portanto, em diferentes vértices da curva.
Além disso, o mercado digere as possíveis implicações do discurso do presidente do Fed, Jerome Powell. Contudo, que pode sinalizar os rumos da política monetária nos EUA em um contexto de desaceleração econômica e pressão política vinda do presidente Donald Trump.