Briga de espaços

TikTok e Instagram na sua TV? Veja como apps querem derrubar Netflix e YouTube

Aplicativos querem dividir o mesmo espaço do streaming

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TikTok. Guia do Investidor

As redes sociais estão se preparando para dar um passo além das telas dos celulares: TikTok e Instagram planejam lançar seus próprios aplicativos para TVs, mirando uma nova fronteira no já concorrido e bilionário mercado de streaming.

A movimentação, revelada pelo site The Information, tem como pano de fundo o sucesso do YouTube, que recentemente se tornou o app de vídeo mais assistido nas TVs dos Estados Unidos, ultrapassando gigantes como Netflix, Disney+ e canais tradicionais.

A disputa por atenção na principal tela da casa nunca esteve tão acirrada – e a premiação está avaliada em nada menos que US$ 108,73 bilhões até 2025, segundo projeções do setor.

O modelo do YouTube: como ele virou o novo “canal principal”

Diferente de plataformas com catálogos fechados, o YouTube construiu seu reinado televisivo com uma mistura poderosa de tecnologia, segmentação de audiência e diversidade de conteúdo.

De vídeos curtos a transmissões esportivas ao vivo, passando por tutoriais, podcasts e humor, o aplicativo se adaptou perfeitamente à lógica do consumo sob demanda da TV.

Além disso, a integração com o ecossistema do Google potencializa os resultados para anunciantes e garante engajamento prolongado do público, especialmente graças a recursos como multiview (tela dividida), trailers automáticos e personalização baseada em dados.

Concorrência reage e redes sociais entram no jogo

A movimentação não passou despercebida. A Disney, por exemplo, entrou com uma ação contra o YouTube após perder um executivo estratégico da área de distribuição.

A própria Netflix já admitiu que o Google agora compete diretamente por “tempo de tela” – o ativo mais precioso da era digital.

E é justamente esse tempo que TikTok e Instagram querem capturar.

Com seus modelos já consolidados no mobile, as duas redes devem apostar em experiências visuais imersivas e conteúdo gerado por criadores, agora adaptados para o formato televisivo.

Dessa forma, o objetivo é oferecer uma alternativa mais “nativa digital” do que os serviços de streaming tradicionais – e, claro, atrair fatias do mercado publicitário hoje dominadas por TV aberta e paga.

E no Brasil?

Por aqui, a transformação também avança. Embora a TV aberta ainda concentre 70% da audiência, o consumo de streaming cresceu 71% desde 2021, segundo dados do setor.

Isso abre espaço para que os aplicativos sociais se posicionem como novas vitrines de entretenimento e publicidade, principalmente entre o público jovem e conectado.

YouTube, inclusive, já transmite ao vivo partidas da NFL no país e investe pesado em conteúdo local, o que serve de alerta para qualquer novo competidor.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.