Nova frente

Tráfego vacila, aeroporto acelera: Motiva (MOTV3) recalibra 2025 em silêncio; e o mercado já faz as contas

Ajustes discretos no balanço de tráfego e aeroportos mostram uma Motiva reposicionada para o ano de 2025, mas sem alarde público.

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  • Aeroportos compensam fraqueza pontual em rodovias e mobilidade.
  • Tese permanece construtiva para 2º semestre de 2025, com DI como gatilho.
  • Setor segue seletivo: corredor, tarifa e execução definem vencedores.

Enquanto o tráfego nas rodovias operadas pela Motiva perde força, os números dos aeroportos surpreendem e trazem fôlego inesperado para o portfólio da companhia. O movimento aponta para uma reacomodação silenciosa da estratégia.

No mercado, analistas já começaram a recalcular projeções para 2025. A leitura é de que a empresa, mesmo sem anúncios oficiais, está ajustando seu eixo de crescimento, com os aeroportos assumindo papel mais relevante diante da desaceleração em outras frentes.

O que muda nos números

SPVias (+3,2%) e ViaLagos (+2,5%) amorteceram a queda, mas ViaCosteira (-4,8%) e ViaRio (-2,4%) pressionaram a média. Isso limita upside imediato em rodovias, sobretudo se os juros demorarem a ceder.

Em mobilidade, a baixa de 1,5% a/a, com MetrôBahia (-6,2%), indica sensibilidade a renda e tarifa. Assim, o mercado deve exigir prêmio de risco maior para ativos urbanos.

Nos aeroportos, Curaçao (+14,7%) e Bloco Central (+11,2%) puxaram a alta. Essa frente sustenta tese de diversificação de caixa e reduz volatilidade de resultado.

Impacto em Bolsa e pares

Para MOTV3, o cenário favorece uma postura “carry” até gatilhos operacionais aparecerem. Reprecificação positiva tende a vir com dados de tráfego do 4T e queda de DI.

Ecorodovias (ECOR3) aparece como beneficiária indireta, já que o setor mostra resiliência em bases comparáveis. Entretanto, o investidor vai separar vencedor por corredor e execução.

Para dividendos, a leitura é técnica. Aeroportos mais fortes aliviam alavancagem, mas o board pode priorizar capex de eficiência. O preço justo passa por custo de capital e curva de volumes até 2026.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.