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Trégua à vista? EUA e China selam acordo que pode pôr fim à guerra tarifária

Após reuniões secretas em Londres, Washington e Pequim confirmam entendimento que envolve terras raras, exportações e até entrada de estudantes chineses nos EUA

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EUA e China
Renderização 3D das bandeiras da China e dos EUA em textura de tecido. Conceito de parceria e cooperação política, econômica, cultural ou social entre as duas nações. - crédito: Stock

Depois de anos de tensão comercial, sanções e escaladas tarifárias, um sinal de trégua começa a surgir no horizonte entre Estados Unidos e China. Nesta sexta-feira (27), autoridades do regime chinês confirmaram o acordo comercial anunciado no dia anterior pelo secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick. A notícia indica uma possível virada de página na disputa entre as duas maiores economias do mundo.

“Nos últimos dias, após a aprovação, ambas as partes confirmaram detalhes sobre o acordo”, informou um porta-voz do Ministério do Comércio da China, em comunicado oficial.

A nota destaca que “a parte chinesa analisará e aprovará os pedidos elegíveis para exportação de itens controlados, de acordo com a lei”, enquanto os EUA “cancelarão uma série de medidas restritivas tomadas contra a China”.

Embora os detalhes sigam escassos, o acordo é resultado de uma sequência de encontros de alto nível realizados no início do mês, em Londres.

As conversas foram lideradas por figuras-chave dos dois lados: o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng.

Entenda o acordo EUA-China

Um dos pontos centrais do entendimento envolve a cadeia de suprimentos de terras raras — minerais críticos para a indústria tecnológica e armamentista global.

Segundo a Casa Branca, a China se comprometeu a retomar o envio de ímãs e minerais essenciais para os EUA. Em troca, Washington suspenderá medidas punitivas aplicadas durante a escalada da guerra comercial.

“Eles vão nos entregar terras raras e, quando fizerem isso, retiraremos nossas contramedidas”, afirmou Howard Lutnick, sintetizando a lógica do acordo.

Segundo o presidente Donald Trump, que havia antecipado as negociações no início de junho, os EUA permitirão novamente a entrada de estudantes chineses em universidades norte-americanas — uma demanda que Pequim vinha pressionando em fóruns bilaterais.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.