
A Trump Media & Technology Group (TMTG), controladora das plataformas Truth Social e Truth.Fi, confirmou nesta terça-feira (27) que levantou oficialmente US$ 2,5 bilhões em uma oferta privada direcionada a cerca de 50 investidores institucionais — e parte desse capital irá direto para o universo cripto.
A movimentação marca um novo e audacioso capítulo na estratégia digital do grupo ligado ao presidente dos EUA, Donald Trump.
Além de reforçar o caixa da companhia, a captação sinaliza uma guinada clara na direção dos criptoativos, com o anúncio de que o Bitcoin será adicionado ao balanço corporativo da empresa, ao lado dos US$ 759 milhões que já constam como reservas no primeiro trimestre de 2025.
Estrutura da oferta e foco em cripto
Segundo o comunicado da empresa, listada na Nasdaq sob o ticker DJT, o pacote inclui US$ 1,5 bilhão em ações ordinárias e US$ 1 bilhão em notas conversíveis, com preço de conversão 35% acima do valor atual de mercado — sinalizando confiança no crescimento do valuation da companhia.
Uma parte significativa dos recursos, segundo a TMTG, será destinada à formação de uma reserva corporativa de Bitcoin, um passo que a alinha a empresas como a MicroStrategy e a Tesla, que já incorporaram a criptomoeda em seus ativos.
Truth.Fi e o ecossistema cripto
O movimento vem na esteira do lançamento da Truth.Fi, em janeiro, plataforma com permissão para investir até US$ 250 milhões em ativos financeiros convencionais e também em ETFs, Bitcoin, criptomoedas e valores mobiliários ligados ao setor cripto.
Com isso, a TMTG sinaliza a intenção de integrar o Bitcoin e ativos digitais de maneira estrutural ao seu ecossistema digital, que inclui, além da Truth Social, uma futura plataforma de mídia batizada de Truth+.
A companhia já trabalha em funcionalidades como assinaturas via cripto, tokens utilitários e transações descentralizadas.
CEO exalta liberdade e critica sistema financeiro tradicional
Em tom enfático, o CEO da Trump Media, Devin Nunes, declarou que a decisão de incorporar Bitcoin é parte de um plano maior de resistência e autonomia:
“Vemos o Bitcoin como um instrumento máximo de liberdade financeira. Agora, a Trump Media terá criptomoedas como parte essencial de seus ativos.”
Ele também reforçou que o movimento visa proteger a empresa contra práticas discriminatórias por parte de instituições financeiras tradicionais, além de proporcionar alternativas para usuários censurados ou limitados por plataformas tradicionais de pagamento.
A decisão vem logo após um fim de semana tumultuado, em que o Financial Times publicou rumores de que a TMTG buscava levantar até US$ 3 bilhões para investir em criptomoedas.
A empresa reagiu com agressividade, negando a informação e classificando os redatores do veículo britânico como “burros”.