Vida urbana

Uma jogada rara colocou a JHSF (JHSF3) na frente e o mercado começou a notar

Com “gestão da escassez” e ativos premium, a companhia acelera receita recorrente e entrega EBITDA acima do consenso, mesmo com custos maiores.

Apoio

Fachada Fasano JHSF / Main View
Fachada Fasano JHSF / Main View
  • A JHSF acelera a renda recorrente e entrega EBITDA acima do consenso mesmo com despesas maiores
  • O Aeroporto Catarina puxa crescimento com mais receita mais EBITDA e fila por hangares que sustenta a expansão
  • A empresa reduz custo de capital alonga dívida e prepara lançamentos para manter geração de caixa

A JHSF (JHSF3) emplacou o sétimo trimestre seguido de alta de dois dígitos na renda recorrente, com ocupação máxima em shoppings, locações firmes e filas por hangares no Aeroporto Catarina. Além disso, a receita líquida atingiu R$ 496 milhões, avanço de 26,7% sobre um ano atrás e praticamente em linha com o consenso.

Ao mesmo tempo, o EBITDA ajustado somou R$ 247 milhões, alta de 21,2% e bem acima da projeção de R$ 201 milhões. Já o lucro líquido ajustado cresceu 45%, para R$ 245,8 milhões, enquanto a área de incorporação vendeu R$ 166 milhões, 22,9% a mais.

Receita, EBITDA e estratégia

A gestão sustenta o crescimento com curadoria de lançamentos e controle de oferta. Assim, a empresa preserva preço, evita descontos e protege margens.

Segundo o CEO Augusto Martins, despesas subiram por antecipação de PLR e mais investimento em marketing. Ainda assim, a operação manteve eficiência e capturou demanda de produtos de maior valor.

Além disso, a companhia reforçou a tese de “escassez construída”, com novos projetos como Boa Vista Surf Lodge, Fasano Sardenha e Fasano Tennis Club, que ampliam mix e ticket.

Aeroporto, shoppings e novas frentes

No Catarina, a receita quase dobrou o ritmo da média do grupo: o aeroporto executivo avançou perto de 50% em receita, 64% em EBITDA e 137% em lucro. Portanto, a entrega de quatro novos hangares neste semestre tende a sustentar o ciclo.

Enquanto isso, o negócio de shoppings elevou vendas em 17% e os same-store rents em 12,9%; o Cidade Jardim destacou-se com alta próxima de 27% nas vendas. Contudo, maiores despesas financeiras reduziram o lucro dessa vertical.

Em hospitalidade, a receita líquida dobrou para R$ 38,7 milhões com mais unidades em locação, início do Fasano Tennis Club e evolução do Boa Vista Village Surf Club. Em paralelo, a JHSF Residences opera 90% de ocupação contratada em 123 mil m².

Caixa, custo de capital e próximos lançamentos

A companhia alongou dívidas e concluiu um CRI de R$ 625 milhões a 104% do CDI; com isso, a captação em menos de um ano chegou perto de R$ 3 bilhões. Além disso, o custo médio caiu para CDI + 0,98%, o menor da história da empresa.

Segundo a gestão, esse alongamento dá previsibilidade ao caixa e sincroniza o endividamento com a maturação dos projetos. Portanto, a pressão de curto prazo cedeu.

Agora, a JHSF prepara Fazenda Santa Helena, Boa Vista Estates e Reserva Cidade Jardim. Desse modo, os lançamentos devem sustentar geração de caixa nos próximos trimestres. No mercado, a ação acumula alta de 26% em 12 meses e o valor de mercado está perto de R$ 3,6 bilhões.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.