Radar corporativo

Usiminas, Azul, Petrobras e Multiplan agitam a Bolsa hoje; veja o que acompanhar

Resultados, reorganizações e aprovações judiciais movimentam o mercado nesta sexta-feira.

Apoio

B3 7
B3 7
  • Azul recebe aval nos EUA para financiamento de US$ 1,6 bi
  • Multiplan e Usiminas divulgam resultados trimestrais
  • Petrobras entra em disputa sobre Braskem; Yduqs troca CEO

O pregão desta sexta-feira (25) traz uma série de eventos corporativos relevantes que devem movimentar o mercado. A lista inclui balanços, reestruturações e sinalizações estratégicas de empresas com forte peso na Bolsa brasileira.

Entre os destaques estão os números da Multiplan (MULT3) e da Usiminas (USIM5), além da aprovação judicial para o financiamento bilionário da Azul (AZUL4). Também ganham atenção a troca de comando na Yduqs (YDUQ3), a movimentação da Petrobras (PETR4) em torno da Braskem, e novas decisões envolvendo Raízen (RAIZ4), Telefônica (VIVT3), Carrefour e Sabesp (SBSP3).

Azul aprovada nos EUA para financiamento de US$ 1,6 bi

A Azul (AZUL4) anunciou que obteve aprovação final da Justiça norte-americana para um financiamento de US$ 1,6 bilhão na modalidade “devedor em posse” (DIP). O recurso é parte do processo de reestruturação da companhia, que conduz uma recuperação judicial nos Estados Unidos.

Esse tipo de financiamento permite à empresa levantar recursos enquanto reorganiza suas dívidas, sem perder o controle operacional. A decisão traz alívio ao mercado, que monitora de perto os desdobramentos da crise financeira da aérea.

Com o caixa reforçado, a expectativa é de que a Azul consiga manter suas operações e iniciar uma trajetória de desalavancagem, o que pode favorecer as ações no curto prazo.

Multiplan cresce em Ebitda, mas lucro líquido recua

A Multiplan (MULT3), administradora de shopping centers, divulgou lucro líquido de R$ 264,4 milhões no segundo trimestre de 2025, uma queda de 6,2% em relação ao mesmo período de 2024. Ainda assim, o Ebitda cresceu 18,1%, totalizando R$ 460,1 milhões — acima do esperado pelos analistas.

A margem Ebitda, no entanto, caiu para 66,3%, contra 72,2% no mesmo trimestre do ano passado. A redução da rentabilidade, mesmo diante da alta nas receitas, levanta dúvidas sobre a eficiência operacional da companhia.

O resultado reforça a visão de que, embora o setor de shoppings esteja em recuperação, a competição e os custos ainda pressionam os ganhos líquidos.

Petrobras entra em disputa pela Braskem

A Petrobras (PETR4) informou que solicitou seu ingresso como terceira interessada no processo de análise da venda da Braskem. A disputa envolve a aquisição das ações da NSP, braço da Novonor, pelo empresário Nelson Tanure.

A petroleira é acionista relevante da Braskem e tenta proteger seus interesses estratégicos na petroquímica. A movimentação mostra que a estatal quer acompanhar de perto os termos da negociação e evitar decisões que prejudiquem seu posicionamento no setor.

Esse processo pode afetar diretamente a governança e o futuro da Braskem, que continua em foco nas mesas de negociação. Portanto, analistas consideram o desfecho dessa disputa um ponto-chave para os próximos meses.

Usiminas divulga resultados e Yduqs troca de CEO

A Usiminas (USIM5) e a Yduqs (YDUQ3) também protagonizam movimentações relevantes nesta sexta-feira. A primeira apresenta seus resultados trimestrais, com atenção voltada para margens, volumes e impactos dos preços do minério e aço.

Já a Yduqs anunciou uma reorganização estratégica em sua liderança. Rossano Marques, atual CFO, assume o cargo de CEO no lugar de Eduardo Parente, que passa a compor o conselho de administração. A medida visa garantir continuidade e eficiência na gestão da companhia.

A transição está programada para agosto e ocorre após sete anos de liderança de Parente, período em que a empresa consolidou marcas como Estácio, Ibmec e Damásio. A escolha de um nome interno reforça a confiança dos investidores na consistência da estratégia da companhia.

Outros destaques do dia: Raízen, Telefônica, Carrefour e Sabesp

A Raízen (RAIZ4) informou que moeu 24,5 milhões de toneladas de cana no primeiro trimestre da safra 2025/26 — queda de 20,7% ante o mesmo período anterior. Segundo a empresa, o clima menos favorável e ajustes operacionais explicam parte da redução, mas a expectativa é de recuperação nos próximos meses.

A Telefônica Brasil (VIVT3), controladora da marca Vivo, aprovou o cancelamento de 34,7 milhões de ações mantidas em tesouraria. Isso representa 1,07% do capital social total. Mesmo com o cancelamento, o capital social não será reduzido, já que as ações faziam parte do programa de recompra.

Enquanto isso, o Carrefour avança em sua reestruturação internacional. A empresa confirmou negociações exclusivas para vender sua operação deficitária na Itália ao NewPrinces Group. A venda pode aliviar o caixa e permitir foco em mercados mais rentáveis, como o francês e o brasileiro. Por fim, a Sabesp (SBSP3) precificou uma emissão de US$ 500 milhões em “blue bonds”, com vencimento em cinco anos e juros de 5,625% ao ano.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.