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Vale (VALE3) abre mina parada há 22 anos e promete despejar R$ 67 bilhões em Minas

Capanema volta à ativa com operação sem barragens; investimentos bilionários vão transformar o estado até 2030.

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Vale (VALE3) abre mina parada há 22 anos e promete despejar R$ 67 bilhões em Minas
  • A Vale reabriu a mina de Capanema após 22 anos, com investimento de R$ 5,2 bilhões e operação sem barragens
  • A mineradora planeja aportar R$ 67 bilhões em Minas até 2030, com geração de empregos, royalties e modernização de ativos
  • O projeto reforça a estratégia de sustentabilidade e compensará quedas de produção em outras minas

Depois de mais de duas décadas de paralisação, a Vale reabriu a mina de Capanema em Ouro Preto (MG), um projeto considerado estratégico para manter sua capacidade de produção global. O retorno vem acompanhado de um pacote robusto de investimentos: R$ 67 bilhões até 2030 em Minas Gerais.

Com a reativação, a mineradora projeta aumentar sua oferta em 15 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, cerca de 12% da produção estadual. A operação, avaliada em R$ 5,2 bilhões, foi totalmente modernizada e contará com um modelo sustentável, sem uso de barragens.

Capanema: peça-chave para o crescimento da Vale

A mina de Capanema esteve ativa nas décadas de 80 e 90, mas foi paralisada no início dos anos 2000. Agora, retorna com papel central. Segundo o CEO Gustavo Pimenta, a produção de minério de médio teor permitirá reforçar o Brazilian Blend Fines, mistura que garante qualidade diferenciada e maior competitividade internacional.

O executivo ressalta que a modernização coloca a unidade entre os principais projetos do grupo, tanto pela inovação quanto pela contribuição em volumes. “É um projeto moderno e fundamental para o crescimento da Vale”, disse Pimenta.

A XP também vê impacto relevante. Para Lucas Laghi, analista da corretora, Capanema ajudará a compensar a queda natural de produção em operações como a de Serra Norte.

O pacote de R$ 67 bilhões em Minas

Além da reativação, a Vale vai investir pesado em Minas Gerais. O plano inclui reduzir o uso de barragens, ampliar a filtragem e modernizar os cinco complexos operacionais do estado.

Outra frente é o fortalecimento da gestão geotécnica, com aumento do monitoramento, conectividade e renovação da frota. Assim, a estimativa é que os aportes movimentem R$ 3 bilhões anuais em salários e gerem R$ 440 milhões em royalties para o estado.

Desse modo, na nova fase, a mineradora também incorporou caminhões autônomos, com o objetivo de reduzir riscos em áreas menos seguras e aumentar a eficiência.

Mineração circular e transformação pós-tragédias

O CEO reforçou que a Vale não esquece os desastres de Mariana e Brumadinho, que provocaram uma reestruturação profunda na companhia.

Ademais, um exemplo é a mineração circular, modelo que reaproveita rejeitos e já adicionou 9 milhões de toneladas à produção no primeiro semestre de 2025, alta de 146% em um ano.

Portanto, segundo Pimenta, Capanema será incorporada a esse conceito, reforçando o compromisso com sustentabilidade. “Queremos consolidar Minas como referência na nova forma de fazer mineração”, disse o CEO.

Impacto nas ações

No pregão de quinta-feira, a reação foi tímida: as ações da Vale (VALE3) fecharam praticamente estáveis, em alta de 0,26%.

Além disso, a empresa segue avaliada em R$ 253 bilhões na B3.

Por fim, analistas apontam que a execução consistente do plano pode destravar valor relevante ao longo dos próximos anos.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.