Boas práticas

Vale (VALE3) lança primeiro relatório de sustentabilidade, com R$ 7,4 bi em descarbonização

A publicação do relatório é voluntária e acontece dois anos antes da obrigatoriedade estabelecida pela Resolução CVM nº 193/23

Apoio

vale samarco
vale samarco

A Vale (VALE3) anunciou nesta segunda-feira (2) a publicação de seu primeiro Relatório de Informações Financeiras Relacionadas à Sustentabilidade. A iniciativa posiciona a companhia entre as primeiras do mundo a divulgar um documento de sustentabilidade conforme os IFRS Sustainability Disclosure Standards, emitidos pelo International Sustainability Standards Board (ISSB), além de seguir também os pronunciamentos do Comitê Brasileiro de Pronunciamentos de Sustentabilidade (CBPS).

A publicação do relatório é voluntária e acontece dois anos antes da obrigatoriedade estabelecida pela Resolução CVM nº 193/23.

“Este relatório evidencia que a Vale está preparada para liderar na mineração sustentável, com um posicionamento único para apoiar a descarbonização global, enquanto caminha para tornar-se referência na criação de valor de longo prazo”, declarou Gustavo Pimenta, CEO da Vale.

O relatório traz uma visão estratégica da atuação da mineradora diante das mudanças climáticas, destacando tanto os riscos quanto as oportunidades que envolvem a sustentabilidade no setor de mineração.

Entre os pontos positivos, a companhia enxerga um crescimento significativo na demanda por minério de ferro de baixo carbono, voltado à indústria siderúrgica, além do aumento da procura por metais essenciais para a transição energética, como níquel e cobre.

Desde 2020, a Vale afirma ter investido R$ 7,4 bilhões em iniciativas de descarbonização — sendo R$ 1,38 bilhão apenas em 2024. A estratégia climática da mineradora inclui metas ambiciosas: reduzir em 33% as emissões de gases de efeito estufa de escopos 1 e 2 até 2030 (em comparação com 2017) e alcançar emissões líquidas zero até 2050.

No escopo 3, que abrange a cadeia de valor, o objetivo é reduzir em 15% as emissões líquidas até 2035.

Passado que condena

Apesar da busca em se posicionar como líder sustentável, a Vale carrega um histórico marcado por desastres ambientais, como os rompimentos das barragens em Mariana (2015) e Brumadinho (2019), que resultaram em centenas de mortes e danos irreparáveis ao meio ambiente.

Ambos os episódios evidenciam falhas graves na gestão de riscos e na fiscalização das atividades mineradoras, colocando em xeque a responsabilidade socioambiental da empresa.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.