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Vale (VALE3) pode se beneficiar com tarifas de Trump e ações sobem; entenda por quê

Companhia pode virar destaque positivo em meio ao tarifaço de Trump

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Vale - Crédito: Shutterstock
Vale - Crédito: Shutterstock

Enquanto o mercado brasileiro lida com o impacto do tarifaço anunciado por Donald Trump — que impõe 50% de imposto sobre todas as exportações brasileiras aos EUA —, uma gigante nacional pode acabar encontrando oportunidades no meio do caos: a Vale (VALE3).

O anúncio, feito na noite de quarta-feira (9), não caiu bem nos setores como agronegócio, carnes, siderurgia e manufatura, altamente dependentes das relações comerciais com os Estados Unidos. Mas, para a Vale, o efeito pode ser o oposto.

De acordo com o analista CNPI da Suno, João Daronco, a Vale é pouco exposta ao mercado norte-americano, o que a isenta do impacto direto da medida. “Se a gente for pegar Vale (VALE3), Petrobras, etc, essas empresas não têm um contato tão relevante assim com os Estados Unidos”, explicou.

Em 2024, 49% da receita líquida da mineradora veio da China, com US$ 18,5 bilhões gerados no país asiático. O país foi responsável por 60% das vendas totais de minério de ferro e 61% da receita com essa commodity.

Além disso, a China também respondeu por 13% da receita com níquel e cobre — dois metais que a Vale considera estratégicos para o futuro.

Por conta disso, as ações da companhia operam em disparada nesta quinta-feira (10). Por volta das 11:00, VALE3 subia 4,27%,cotada a R$ 56,38.

Dólar forte? Exportadoras agradecem

Com o tarifaço, o dólar disparou e passou a R$ 5,61, impulsionado pela tensão no comércio bilateral e pela busca global por segurança. E isso, segundo Daronco, pode jogar a favor das exportadoras brasileiras com receitas em moeda americana.

“A valorização do dólar pode ser benéfica para empresas como a Vale, que têm parte significativa da receita em dólar. O mesmo vale para a Petrobras”, disse.

Além disso, o dólar mais caro significa que a receita em reais aumenta automaticamente quando a empresa vende em dólar no exterior — um alívio para o caixa das exportadoras, mesmo em tempos turbulentos.

Petrobras (PETR4) também pode surfar

A Petrobras (PETR4) é outro nome que aparece como possível beneficiada indireta nesse cenário. Mesmo que não tenha relação direta com as tarifas de Trump, a estatal pode ser favorecida pelo mesmo mecanismo: valorização cambial e redirecionamento dos fluxos de investimento.

“Esse movimento de busca por dólar, somado a um cenário de mais incerteza no Brasil, pode fazer com que o fluxo estrangeiro, que vinha muito forte ao longo do ano, mude de direção. Com isso, o dólar pode se fortalecer e as exportadoras podem sair ganhando”, avaliou Daronco.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.