Boas estimativas

Vale (VALE3) pode soltar US$ 500 mi em dividendos extras, mas BTG faz alerta

Banco enxerga espaço para distribuição bilionária em 2025, mas mantém cautela e recomenda esperar antes de apostar pesado em VALE3.

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Vale foto divulgacao
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  • BTG vê espaço para até US$ 500 milhões em dividendos extraordinários da Vale em 2025.
  • Minério de ferro deve permanecer firme, mas Simandou pode pressionar preços a partir de 2026.
  • Banco mantém recomendação neutra para VALE3, com preço-alvo de R$ 65.

A Vale (VALE3) voltou a animar investidores após encontro recente com analistas do BTG Pactual. O banco destacou que a companhia tem espaço para liberar até US$ 500 milhões em dividendos extraordinários até o fim de 2025, além de possíveis recompras de ações.

Apesar do potencial de fluxo de caixa robusto e disciplina financeira, os analistas reforçam que parte do mercado segue exigindo retornos mais altos para se sentir confortável com o risco, o que mantém a recomendação em nível neutro.

O que mudou na Vale

A administração da mineradora reforçou a estratégia de focar em produtos de maior qualidade, com prêmios de preço e ganhos de eficiência.

O BTG prevê queda moderada no capex, de US$ 5,9 bilhões em 2024 para US$ 5,5 bilhões em 2025, mantendo o patamar abaixo de US$ 6 bilhões em 2026.

O minério de ferro, hoje cotado perto de US$ 105 por tonelada, deve contribuir para reduzir a dívida líquida para US$ 15 bilhões a US$ 16 bilhões ainda em 2025, abrindo espaço para dividendos maiores.

Minério firme, mas com pressões no horizonte

O banco ajustou suas projeções para cima: agora trabalha com US$ 100/t em 2025 e US$ 92,5/t em 2026.

A força da demanda chinesa e os limites de oferta em outros países sustentam esse cenário.

Entretanto, o avanço do projeto Simandou, na Guiné, deve mudar a equação a partir de 2026.

A entrada de 18 milhões de toneladas em 2026 e até 55 milhões em 2028 pode criar um superávit global de 130 Mt, pressionando os preços para dentro da curva de custos.

Dividendos no radar

Se o minério permanecer próximo de US$ 100/t, a Vale poderia entregar um dividend yield de até 10% em 2026, algo acima das concorrentes australianas.

Ainda assim, o BTG alerta que o mercado local exige retornos maiores para compensar riscos regulatórios e de governança.

O banco elogia as medidas da atual gestão, mas considera que o valuation não justifica uma recomendação de compra neste momento.

Por fim, a recomendação segue neutra, com preço-alvo de R$ 65, implicando valorização potencial de 13% frente ao último fechamento.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.