
- Itaú BBA manteve recomendação de compra para Vale com preço-alvo de US$ 13 e potencial de alta de 31,2%
- Banco prevê fluxo de caixa forte com yield de 8% ao ano e espaço para dividendos e recompras
- Minério deve seguir equilibrado, mas cortes no guidance de pelotas limitam parte do resultado
O Itaú BBA revisou suas projeções para a Vale (VALE3) após o balanço do segundo trimestre e reforçou a visão positiva para a mineradora. O banco manteve recomendação outperform, equivalente à compra, e preço-alvo de US$ 13 para as ADRs até 2026.
Segundo os analistas, o papel negocia com valuation descontado e tem potencial de valorização de 31,2%. Além disso, a expectativa é de fluxo de caixa robusto, com possibilidade de retornos expressivos a acionistas por meio de dividendos e recompras.
Potencial de valorização
O Itaú BBA estima que a Vale negocia a 3,8 vezes o valor da empresa sobre Ebitda projetado para 2026. Essa relação indica espaço para alta, especialmente em um cenário de minério de ferro mais valorizado.
A expectativa é de que a companhia gere rendimento de caixa livre próximo a 8% ao ano entre 2026 e 2028. O relatório aponta que a devolução integral desse montante a investidores deve reforçar a atratividade da ação.
Com isso, os analistas afirmam que a mineradora segue posicionada para entregar resultados consistentes e maior remuneração ao acionista.
Minério de ferro em alta
Na visão do banco, o mercado global de minério continuará equilibrado. A demanda da China e do Sudeste Asiático segue firme, enquanto a entrada de novos projetos tende a ser neutralizada por quedas em minas mais antigas.
Diante desse cenário, o Itaú BBA elevou a projeção de preços médios: de US$ 95 para US$ 99 por tonelada em 2025 e de US$ 90 para US$ 95 em 2026. Para o segundo semestre deste ano, a expectativa é de cotações entre US$ 95 e US$ 100.
Esses números reforçam a resiliência do setor e sustentam as projeções de geração de caixa da companhia.
Ajustes no guidance
Mesmo com minério mais caro, o BBA reduziu em 3% a projeção de Ebitda para 2025, agora em US$ 14,1 bilhões, e em 2% a de 2026, para US$ 15,5 bilhões. O corte reflete menor prêmio em produtos de maior qualidade e revisões no guidance de pelotas.
Além disso, o câmbio projetado em R$ 5,86 adiciona pressão nos custos, já que parte das despesas da mineradora é dolarizada.
Ainda assim, a geração de caixa estimada deve garantir conforto financeiro para a companhia manter dividendos elevados e considerar novos programas de recompra de ações.
Perspectivas financeiras
O Itaú BBA calcula que a mineradora encerrará 2025 com dívida líquida expandida de US$ 16 bilhões, dentro da meta corporativa. Mesmo com leve aumento, o patamar é considerado administrável, principalmente em cenário de minério acima de US$ 100.
Os analistas reforçam que o fluxo de caixa sólido permite distribuição adicional de recursos, o que pode beneficiar acionistas no médio prazo.
Segundo o relatório, a administração deve priorizar recompra de ações, aproveitando o preço atual considerado descontado.