Alta produção

Vale (VALE3) sobe forte e investidores correm às compras antes de dado decisivo nesta terça

Ação dispara com minério em alta e expectativa positiva para prévia operacional do 2T25; analistas já revisam projeções de dividendos para o ano.

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Vale - Crédito: Shutterstock
Vale - Crédito: Shutterstock
  • Ações disparam 4,11% com minério em alta e expectativa pela prévia operacional.
  • Estimativas indicam 82 milhões de toneladas no 2T25, compensando queda nos preços.
  • Projeções para 2025 caem, mas expectativa para 2026 segue positiva com yield de 10%.

As ações da Vale (VALE3) registraram forte valorização nesta segunda-feira (21), impulsionadas pela alta do minério de ferro e pela expectativa com a divulgação da prévia operacional da empresa. O resultado do segundo trimestre será apresentado nesta terça-feira (22), após o fechamento do mercado.

Às 14h10, os papéis subiam 4,11%, cotados a R$ 56,80, após atingirem a máxima de R$ 56,82. Com isso, acumulam alta de 7,86% apenas em julho. A valorização também beneficiou outras ações ligadas ao setor metálico.

Minério avança após decisão do PBoC

O otimismo com as ações da Vale acompanhou a valorização do minério de ferro. Em Cingapura, o contrato para agosto subiu 3,07%, encerrando a US$ 103,90 por tonelada. Na Bolsa de Dalian, os contratos para setembro e janeiro fecharam em alta de 2,08% e 2,31%, respectivamente.

A reação positiva veio após o Banco do Povo da China (PBoC) manter as taxas básicas de juros inalteradas pelo segundo mês consecutivo. A taxa de 1 ano ficou em 3% e a de 5 anos, em 3,5%. Esse movimento, embora cauteloso, foi bem recebido por investidores globais.

Na China, os índices acionários também acompanharam o clima positivo. O Xangai Composto subiu 0,72%, enquanto o Shenzhen Composto avançou 1,05%. Isso reforçou o cenário favorável para as exportações brasileiras de minério, principalmente para o mercado asiático.

Desse modo, a expectativa é de que os estímulos chineses se intensifiquem no segundo semestre. Se isso ocorrer, a demanda por aço e minério deve ganhar força. Assim, empresas como Vale tendem a se beneficiar.

Analistas projetam produção maior no 2T25

As projeções para a prévia operacional da Vale indicam aumento de 2% na produção de minério de ferro em relação ao segundo trimestre de 2024. Segundo Ágora, Citi e Genial Investimentos, a companhia deve produzir cerca de 82 milhões de toneladas.

Esse crescimento, segundo analistas, virá dos volumes adicionais das minas de Capanema e Vargem Grande. Já as vendas devem cair 3%, totalizando aproximadamente 77 milhões de toneladas, refletindo a estratégia de concentrar mais embarques para a China.

Ademais, os preços realizados devem variar entre US$ 83,80 e US$ 85 por tonelada, abaixo do registrado há um ano. Ainda assim, o aumento de produção tende a compensar parte dessa queda, mantendo o Ebitda em patamares consistentes.

Assim, Citi e Genial projetam Ebitda ajustado de US$ 3,2 bilhões, enquanto a Ágora aponta US$ 3,17 bilhões. Portanto, mesmo abaixo do resultado do 2T24, os números são considerados sólidos, dadas as condições atuais do mercado.

Dividendos podem cair no curto prazo, mas subir em 2026

Apesar da boa produção, os analistas da Genial Investimentos revisaram para baixo a projeção de dividendos para 2025. O dividend yield estimado caiu de 8,8% para 8%, devido à redução do fluxo de caixa e ao aumento dos custos operacionais.

Além disso, para 2026, no entanto, a expectativa é mais positiva. A Genial projeta um yield de aproximadamente 10%, considerando possível recuperação nos preços e melhora na eficiência operacional. A Vale segue sendo vista como uma boa pagadora de dividendos.

Nesse sentido, a Ágora manteve recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 78 para o fim de 2025. Isso representa potencial de valorização de 43%. Já a corretora do Bradesco estima dividend yield de 7,5% para este ano.

Por fim, o Citi, por sua vez, segue otimista com os ADRs da Vale. O banco projeta preço-alvo de US$ 12, o que implica valorização de 22,8% sobre o último fechamento. O banco espera recuperação do minério no segundo semestre, com possível cotação de US$ 95 por tonelada.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.