
Enquanto muitos investidores ainda demonstram cautela diante da instabilidade macroeconômica global, a Empiricus vê em 2025 o ponto de partida para um novo e expressivo ciclo de valorização da Bolsa brasileira, B3 — especialmente para as small caps, ações de menor capitalização e liquidez.
Felipe Miranda, co-fundador e estrategista-chefe da casa, afirma que o mercado está subestimando a magnitude da mudança que está por vir. “Estamos vendo a inversão de um ciclo muito longo, que parecia eterno. O papo sobre Bolsa mudou completamente, e isso tende a favorecer fortemente o Brasil”, afirmou em entrevista à Bloomberg Línea.
A mudança de humor no mercado é impulsionada por três vetores centrais:
- Fim do ciclo de alta de juros no Brasil, com expectativa de que o movimento de queda comece a ser antecipado ainda em 2025;
- Desaceleração do excepcionalismo americano, refletido na perda de protagonismo do dólar e das bolsas dos EUA, com maior fluxo de capital para mercados emergentes;
- Possibilidade de alternância política nas eleições de 2026, com uma agenda mais pró-mercado, que pode fortalecer o apetite por ativos brasileiros.
O retorno do fluxo local
Na visão da Empiricus, o fim da fase de juros elevados deve reativar o apetite dos fundos multimercados e gestores locais — principais responsáveis por movimentar papéis de menor liquidez, como as small caps.
“É o fluxo doméstico que faz essas ações andarem. O gringo não compra small caps no Brasil porque não conhece, não tem cobertura. Quem move esse mercado são os gestores locais, e o cenário está se formando para isso”, destaca Miranda.
A casa, que se notabilizou por cobrir empresas fora do radar dos grandes bancos, como Eucatex e Primer, vê esse nicho como sua vantagem estrutural. “Existem 30 analistas cobrindo Itaú no sell side. Eucatex? Só a Empiricus cobre”, disse.
Uma carteira de antecipação da Empiricus
A estratégia da Empiricus mira justamente a antecipação dessa virada de ciclo. A carteira recomendada mescla ações de maior risco e menor liquidez — como Alpargatas, Baird Partners e Primer — com nomes mais robustos, como BTG Pactual, Eneva e Equatorial.
Para a casa, o maior risco agora não é entrar cedo demais, mas perder o momento da virada. “No final do ano passado, falar de ações era coisa de maluco. Agora, já é pauta de gente grande de novo”, resume Miranda.