
- Lucro líquido foi de R$ 11,5 bilhões no 2T25, com alta anual de 14,3%
- ROE atinge 23,3% e guidance da margem com clientes é elevado para até 14%
- Índice de capital sobe e analistas projetam nova rodada de dividendos no fim do ano
O Itaú Unibanco (ITUB4) divulgou mais um trimestre forte em 2025. O lucro líquido recorrente cresceu 14,3% em relação ao segundo trimestre do ano passado, alcançando R$ 11,5 bilhões. Na comparação com o primeiro trimestre deste ano, houve avanço de 3,4%.
O retorno sobre patrimônio líquido (ROE) do banco atingiu 23,3%, contra 22,4% no mesmo período de 2024. A alta no indicador reforça a consistência operacional da instituição e anima investidores, que veem espaço para mais dividendos.
Margem de clientes e guidance mais robusto
Entre os principais destaques, o Itaú registrou um crescimento de 15,4% na margem com clientes. O desempenho reflete um mix mais rentável na carteira de crédito e um spread maior entre ativos e passivos. Com isso, o banco revisou para cima o guidance dessa linha para 2025, elevando a projeção de alta de 7,5%-11,5% para uma faixa entre 11% e 14%.
Ademais, esse ajuste foi interpretado pelo mercado como um sinal de confiança. Um analista ouvido pelo Brazil Journal apontou que o resultado “trouxe um carrego positivo para o restante do ano”, elevando o otimismo sobre os próximos trimestres.
Por fim, a instituição também revisou a expectativa de alíquota efetiva de imposto de renda. A projeção passou para o intervalo de 28,5% a 30,5%, acima da faixa anterior de 27% a 29%, já que o lucro tributável tende a ser maior.
Varejo supera atacado no ROE pela primeira vez em anos
Outro dado que chamou atenção no balanço foi o ROE do segmento de varejo, que chegou a 28%, superando o do atacado, que ficou em 27%. Isso não acontecia desde 2021. Para analistas, o bom momento do varejo contribui para o retorno consolidado do banco.
“O receio era de que o ROE do atacado caísse no pós-pandemia, mas isso não se confirmou”, destacou um analista. Logo, o desempenho consistente do crédito para pessoas físicas também impulsionou esse avanço, mostrando que o banco soube ajustar sua estratégia.
No crédito total, houve leve aumento de 0,4% no trimestre e de 7,3% na comparação anual. Assim, a inadimplência permaneceu estável em relação ao primeiro trimestre, e as provisões cresceram no mesmo ritmo da carteira.
Além disso, o NPL formation (novos empréstimos problemáticos) aumentou R$ 1,7 bilhão. Apesar disso, analistas atribuem o número a um ajuste pontual, já que o índice ainda está abaixo da média de 2024.
Mais dividendos à vista?
O índice de capital principal subiu para 13,1%, o que pode abrir caminho para uma nova distribuição extraordinária de dividendos no fim do ano. “Já está virando recorrente”, afirmou um analista, em referência à política do banco.
Além disso, o único ponto fraco do balanço foi a performance das receitas com serviços, que cresceram apenas 1% no trimestre e 0,1% em base anual. Receitas com contas correntes caíram 7,5% no trimestre e 14,7% na comparação anual. Já corretagem e assessoria financeira recuaram 12,7% e 39%, respectivamente.
Mesmo assim, o banco segue valorizado na Bolsa. A ação do Itaú acumula alta de 19% em 12 meses, superando com folga o Ibovespa, que subiu 6% no mesmo período. Portanto, o banco é avaliado em R$ 360 bilhões e negocia a 1,6x o valor patrimonial (book value).