
- WEG (WEGE3) acumula queda de 30% em 2025 e opera abaixo da média histórica de valuation.
- Itaú BBA mantém compra, com preço-alvo de R$ 54, mas alerta para assimetria negativa no curto prazo.
- Morgan Stanley reforça venda, com preço-alvo de R$ 38,60, citando impacto do real e crescimento fraco em 2026.
O tombo de 30% nas ações da WEG (WEGE3) em 2025 acendeu um alerta no mercado. Analistas avaliam se o movimento abre espaço para oportunidades ou se os riscos ainda predominam. A valorização do real, a guerra comercial e dados operacionais fracos colocam dúvidas sobre o desempenho futuro.
Apesar de o papel negociar a múltiplos abaixo da média histórica, o Itaú BBA vê assimetria negativa para os números. O banco alerta que a percepção sobre os resultados segue em deterioração e pode pesar no sentimento dos investidores no curto prazo.
Cautela do Itaú BBA
O Itaú BBA aponta que a WEG apresenta sinais de fraqueza no 3T25, especialmente nos segmentos de exportação de equipamentos industriais e de geração de energia. Dados recentes sugerem nenhum crescimento em dólares para a divisão externa.
No mercado doméstico, a perspectiva também não é animadora. Mesmo com indicação de alta, verificações de canais não confirmam melhora consistente. Importações de painéis solares caíram 55% em julho, e os números de agosto reforçam a tendência negativa no segmento de GTD.
Apesar disso, o banco manteve recomendação de compra (outperform), com preço-alvo em R$ 54, apostando que os fundamentos de longo prazo permanecem sólidos.
Visão negativa do Morgan Stanley
Já o Morgan Stanley manteve posição mais dura e reiterou recomendação de venda, fixando preço-alvo em R$ 38,60. Para o banco americano, o real valorizado impacta diretamente a receita externa, que representa 57% do faturamento da WEG.
A projeção para o 2S25 indica crescimento de apenas 3% da receita líquida, bem abaixo dos 17% do 1S25. Para 2026, o banco prevê avanço modesto de 2%, enquanto o consenso ainda estima 10%, considerado otimista demais.
Além disso, o Morgan vê obstáculos na precificação no mercado de transformadores nos EUA, no cenário global incerto e na base comparativa elevada em projetos solares no Brasil.
Impactos e projeções
O cenário atual aponta pressão sobre margens, com reflexos da guerra comercial e menor dinamismo nas receitas. Analistas alertam que a WEG pode enfrentar revisões para baixo nos próximos trimestres, caso os resultados confirmem a desaceleração.
Mesmo assim, o consenso segue dividido. Parte do mercado acredita que a empresa ainda tem fundamentos de longo prazo robustos, mas reconhece que o momento exige cautela. A divergência entre Itaú BBA e Morgan mostra como a ação pode continuar volátil.
O mercado agora aguarda o balanço do 3T25, visto como determinante para definir se a WEG retomará confiança ou seguirá pressionada pela conjuntura externa e pela valorização do real.