Dados otimistas

XP corta preço-alvo da Petrobras (PETR4), mas aposta em dividendos gordos até 2027

Analistas da XP veem menor espaço para valorização da PETR4, mas destacam dividendos de dois dígitos como principal atrativo.

Apoio

Crédito: Depositphotos
Crédito: Depositphotos
  • XP reduziu o preço-alvo da PETR4 de R$ 47 para R$ 37, mas manteve recomendação de compra.
  • Dividendos projetados em 11% ao ano até 2027 seguem sustentando o otimismo da corretora.
  • Petróleo Brent mais baixo pressiona projeções, mas tese de longo prazo continua positiva.

A XP Investimentos atualizou sua recomendação para a Petrobras (PETR4; PETR3) após o novo relatório de produção e vendas do terceiro trimestre. O banco manteve a indicação de “compra”, mesmo com corte no preço-alvo das ações, refletindo um cenário mais cauteloso para o petróleo Brent.

Segundo a XP, os dividendos permanecem o grande atrativo da estatal. A corretora estima rendimentos próximos de 11% ao ano em 2026 e 2027, apoiados por fluxo de caixa sólido e política de proventos consistente.

Preço reduzido, mas visão positiva

A XP reduziu o preço-alvo de R$ 47 para R$ 37, ajustando o modelo de projeção à nova realidade do petróleo. Mesmo assim, os analistas mantiveram o otimismo de longo prazo, destacando o potencial da companhia de gerar caixa e distribuir dividendos acima da média do setor.

A equipe também reforça que a estatal segue com fundamentos robustos, mesmo diante da volatilidade internacional. A política de dividendos, segundo o relatório, continua sendo o principal pilar da atratividade da PETR4, especialmente para investidores que buscam renda passiva.

Para a XP, o corte de preço não muda a tese principal: a Petrobras segue lucrativa e estratégica, embora sujeita à interferência política e aos movimentos do mercado global de energia.

Cenário do petróleo pesa nas projeções

O ajuste no preço-alvo reflete uma revisão mais conservadora para o barril Brent, hoje negociado abaixo das expectativas iniciais. A XP avalia que a estatal mantém boa disciplina de capital, o que deve compensar parte da pressão sobre margens e resultados operacionais.

Além disso, o relatório destaca que o ambiente internacional instável ainda influencia o desempenho das commodities, mas a companhia tem espaço para ganhos de eficiência e diversificação. A visão de longo prazo continua positiva, com expectativa de retomada gradual do setor de energia.

Os analistas também observam que os novos investimentos da Petrobras em energia renovável podem gerar volatilidade de curto prazo, mas representam um vetor de crescimento estratégico no futuro.

Dividendos mantêm atratividade

Mesmo após o corte de preço, a XP reforça que a PETR4 segue entre as ações mais atrativas da Bolsa para quem busca retornos consistentes. O foco continua em dividendos acima de 10% ao ano, sustentados por resultados sólidos e geração de caixa previsível.

A corretora também vê benefício indireto do ciclo de queda dos juros, que tende a valorizar papéis de empresas com alta distribuição de lucros. Segundo os analistas, a Petrobras ainda oferece bom ponto de entrada para investidores de médio e longo prazo.

Por fim, o relatório lembra que a evolução do preço do Brent será determinante para o desempenho futuro das ações, com o cenário político brasileiro atuando como fator secundário de risco.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.