
- XP cortou a projeção de lucro líquido de 2025 para R$ 20,6 bilhões no Banco do Brasil (BBAS3)
- Preço-alvo para 2026 caiu de R$ 32 para R$ 25, com rating mantido em “neutro”
- Inadimplência do agro segue pressionando resultados e atrasando a melhora no balanço
O Banco do Brasil (BBAS3) voltou ao radar dos analistas após a XP Investimentos revisar suas projeções para a instituição. A casa cortou a expectativa de lucro líquido para 2025, agora estimado em R$ 20,6 bilhões, e reduziu de forma expressiva o preço-alvo das ações para 2026, que caiu de R$ 32 para R$ 25.
Segundo a XP, a mudança reflete uma combinação de fatores que ainda pesam sobre o banco, como a recuperação mais lenta do crédito rural, a pressão sobre a rentabilidade e o dividend yield considerado modesto. Com isso, a recomendação foi mantida em “neutra”.
Pressão vinda do agro
A inadimplência no agronegócio segue como principal ponto de atenção para a XP. Mesmo com as medidas do governo voltadas à renegociação de dívidas, a recuperação deve ser gradual e atrasada.
Além disso, esse atraso limita a melhora nos indicadores de qualidade de crédito e amplia o risco de volatilidade nos próximos trimestres.
Portanto, para os analistas o Banco do Brasil ainda precisa mostrar resultados consistentes para que o mercado volte a precificar um crescimento mais acelerado.
Impacto nos números
O corte na projeção de lucro líquido para 2025 coloca pressão adicional sobre o desempenho esperado. Antes, a XP via espaço para resultados mais robustos, mas agora a revisão indica cautela.
Além do lucro menor, o ROE (Retorno sobre o Patrimônio) deve permanecer abaixo da média dos pares privados, o que reduz a atratividade relativa do papel.
No balanço final, o banco ainda conta com boa capitalização e exposição relevante ao agro, mas o cenário mais difícil impõe limites ao potencial de valorização.
Valuation revisado
A XP reduziu o preço-alvo para 2026 para R$ 25. Com isso, avalia que a ação já não oferece a mesma assimetria positiva vista em relatórios anteriores.
A manutenção da recomendação “neutra” reforça que o mercado deve adotar cautela com BBAS3 até que haja sinais mais claros de recuperação no agro e na rentabilidade.
Por fim, o banco continua sendo um ator central no crédito rural. Ele pode se beneficiar se as medidas do governo tiverem efeito mais rápido que o previsto.