
- Empresa brasileira listada em Nova York deve se beneficiar da retomada global do setor.
- Modelo de negócios escalável e retenção de clientes garantem eficiência.
- Investimentos em IA e expansão global devem sustentar crescimento nos próximos anos.
O BTG Pactual passou a recomendar a compra das ações da Vtex, unicórnio brasileiro do setor de tecnologia, listada na Bolsa de Nova York (NYSE). Em relatório divulgado nesta semana, os analistas do banco classificaram a empresa como uma “rara oportunidade de compra”, afirmando que o mercado subestima a capacidade de expansão e geração de caixa da companhia.
A Vtex opera uma plataforma de comércio digital voltada para grandes empresas e vem sendo descrita por especialistas como um ativo de alta qualidade, mas ainda pouco valorizado. Para o banco, a companhia reúne fundamentos sólidos e um modelo de negócios escalável, o que pode se traduzir em forte valorização de suas ações no médio prazo.
Crescimento consistente e operação eficiente
A recomendação do BTG se baseia em diversos fatores. Um dos principais é o crescimento da Vtex nos últimos trimestres, com alta recorrente na receita e controle sobre os custos operacionais. Segundo o banco, a empresa mostrou capacidade de escalar suas operações sem comprometer margem ou eficiência.
Além disso, os analistas destacaram que a Vtex atingiu o break-even ajustado em 2023, ou seja, passou a operar com geração positiva de caixa. Esse marco é especialmente relevante para empresas de tecnologia em fase de crescimento, pois indica maturidade operacional e disciplina financeira.
Outro ponto citado pelo banco é o baixo churn da base de clientes. A companhia tem mantido alta taxa de retenção, o que demonstra a relevância da plataforma para as grandes marcas que a utilizam. Portanto, mesmo com concorrência acirrada no setor, a plataforma tem conseguido preservar clientes e ampliar contratos.
Mercado subestima o potencial da companhia
De acordo com o relatório, o valuation atual da Vtex não reflete seu verdadeiro potencial. As ações, atualmente negociadas a um múltiplo EV/Receita de 2,9x, estariam abaixo da média observada em empresas semelhantes com atuação global. Além disso, o BTG acredita que o mercado ainda não precificou corretamente a escalabilidade da empresa e sua exposição a mercados emergentes.
A Vtex atua em mais de 30 países e tem como clientes marcas globais como Whirlpool, Coca-Cola e Carrefour. Com isso, ela se posiciona como alternativa relevante para empresas que desejam criar experiências omnichannel robustas e integradas.
Portanto, segundo o banco, a combinação entre tecnologia proprietária, presença global e expansão rentável cria uma tese de investimento com excelente relação risco-retorno. Os analistas definiram um preço-alvo de US$ 7,30 por ação, o que representa um upside superior a 35% em relação à cotação atual.
Setor deve ganhar tração com transformação digital
A recomendação ocorre em um momento no qual o setor de e-commerce B2B e plataformas de digital commerce voltam a ganhar destaque. Com a retomada dos investimentos em transformação digital pelas grandes empresas, provedores como a Vtex tendem a ser beneficiados.
Além disso, o ambiente macroeconômico, com taxas de juros mais estáveis nos Estados Unidos e melhora da percepção de risco em emergentes, pode favorecer empresas de tecnologia listadas no exterior. Nesse cenário, a Vtex aparece como uma alternativa atrativa, especialmente por apresentar uma estrutura operacional enxuta e capacidade de adaptação.
Os analistas do BTG também ressaltaram que o histórico da empresa indica resiliência. Mesmo nos períodos mais críticos da pandemia e da desaceleração do varejo global, a Vtex manteve estabilidade nas métricas-chave de negócio. Esse fator adiciona robustez à recomendação feita pelo banco.
Estratégia inclui foco em rentabilidade e inovação
De acordo com a administração da Vtex, a empresa seguirá focando em inovação e ampliação de parcerias estratégicas. O objetivo é ampliar a oferta de serviços aos clientes e fortalecer a posição da empresa como referência em soluções para digitalização do varejo.
Além disso, a companhia pretende investir em inteligência artificial e automação, com o objetivo de melhorar a eficiência das lojas virtuais operadas pela sua plataforma. Os aportes em tecnologia visam reduzir o tempo de go-to-market de novos produtos e aumentar a conversão de vendas nas operações de seus clientes.
Com isso, a empresa alinha sua estratégia de crescimento à sustentabilidade dos resultados. A meta não é apenas expandir, mas fazê-lo com rentabilidade, mantendo indicadores de margem saudáveis e buscando novos mercados com menor concorrência direta.