Agora vai?

A estratégia da Caixa Econômica Federal para salvar os Correios

O banco público vai estruturar um FII com imóveis dos Correios para levantar recursos e reequilibrar as contas da empresa, segundo o presidente Carlos Vieira.

Correios deve ser privatizado ate 2022
Correios deve ser privatizado ate 2022
  • Caixa (CEF) criará FII com imóveis dos Correios para gerar capital e equilibrar finanças da estatal.
  • Fundo deve atrair investidores privados e gerar receita com aluguéis operacionais.
  • Medida é complementar à negociação de empréstimo com garantia do Tesouro Nacional.

A Caixa Econômica Federal vai criar um fundo imobiliário (FII) com imóveis pertencentes aos Correios, em uma estratégia para capitalizar a estatal e aliviar sua crise financeira. O presidente do banco, Carlos Vieira, confirmou a informação em entrevista à Folha de S.Paulo.

O projeto prevê a transferência dos imóveis operacionais dos Correios para o fundo, permitindo que investidores privados comprem cotas e obtenham retorno com os aluguéis. A iniciativa será complementar à negociação de um empréstimo que ainda está em fase inicial.

Imóveis no radar da Caixa

Vieira explicou que o mecanismo permitirá à estatal transformar parte do patrimônio físico em capital, sem perder a posse dos espaços necessários às suas operações. “Você pega o bem físico e coloca no fundo, o investidor vai lá e eu alugo aquele bem. Os Correios têm condição de fazer isso, uma série de imóveis são operacionais”, disse.

Então, segundo ele, o objetivo é dar liquidez ao portfólio imobiliário da estatal e criar uma nova fonte de receita recorrente. O formato também ajudará a reduzir a dependência do Tesouro Nacional em eventuais aportes diretos.

O presidente da Caixa destacou ainda a força da marca Correios, que, segundo ele, “é a mais valiosa do Brasil, mais até que a da própria Caixa”. Desse modo, Vieira reforçou que o banco está disposto a apoiar soluções estruturais para garantir a sustentabilidade financeira da empresa.

FII deve atrair investidores privados

A expectativa da Caixa é de que o FII dos Correios tenha boa receptividade no mercado, especialmente entre fundos de pensão e investidores institucionais interessados em ativos públicos de alta liquidez.

De acordo com técnicos da instituição, os imóveis operacionais e administrativos dos Correios estão espalhados em áreas valorizadas, o que torna o fundo atraente. Além disso, a própria estatal manteria os contratos de locação, o que garantiria previsibilidade de fluxo de caixa para o fundo.

O modelo segue uma tendência observada em outras estatais que buscam monetizar seus ativos físicos para reduzir endividamento. Portanto, para Vieira, “a iniciativa pode se tornar um exemplo de parceria eficiente entre setor público e mercado financeiro”.

Complementar ao empréstimo em negociação

Além do FII, a Caixa estuda participar de uma operação de crédito para a estatal, em conjunto com o Tesouro Nacional. Assim, o formato da linha de financiamento ainda está sendo discutido, mas a prioridade é oferecer condições sustentáveis e garantias sólidas.

Ademais, o presidente destacou que o apoio financeiro à estatal não será uma ação isolada. O banco quer atuar como parceiro estratégico de longo prazo, promovendo reestruturação financeira e modernização operacional.

Com esse movimento, o governo busca reverter o quadro de déficit e reforçar a confiança dos investidores na capacidade de recuperação dos Correios. Por fim, o governo deve detalhar a iniciativa ainda neste trimestre.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.