O estresse que fez o dólar encostar em R$ 5,70 se deveu a uma sequência de notícias negativas no campo fiscal e na gestão pública.
Para Alberto Ramos, o chefe da área de pesquisa econômica para América Latina na Goldman Sachs, a estratégia do Governo de “taxar para gastar’ chegou ao seu limite natural.
O estresse que fez o dólar encostar em R$ 5,70 se deveu a uma sequência de notícias negativas no campo fiscal e na gestão pública. “O mercado pediu uma sinalização, e o Governo resistiu a entregar essa sinalização. Aí levou a esse nervosismo.”
“Vimos um estresse no final do semestre, o dólar subiu bastante e o Governo disse que havia um ataque especulativo. O que houve? Foi um movimento técnico envolvendo outros emergentes?” disse Alberto Ramos.
Segundo Ramos, quando começou com a mudança das metas fiscais. Não é que o mercado acreditasse nessas metas – não acreditava – já esperava e ainda continua a esperar um resultado pior. Mas o que preocupou foi a revisão das metas de 2025 e 2026. Por que uma revisão tão grande?
O mercado pediu uma sinalização, e o Governo resistiu a entregar essa sinalização. Aí levou a esse nervosismo, o câmbio bateu em R$ 5,70, a curva estressou, até que o Governo entregou essa sinalização.
Mesmo com arrecadação recorde, governo terá rombo de R$ 29 bi
Em resultado divulgado na segunda-feira (22), pela Receita Federal, foi informado que a arrecadação do governo federal somou R$ 228,87 bilhões no mês de abril, o maior valor para o mês desde o ano de 1995, o início da série histórica.
Segundo informações, houve uma alta de 8,26% em termos reais (corrigidos pela inflação) em relação ao mesmo mês de 2023 e o resultado de abril foi impulsionado especialmente pela receita da cobrança do PIS/Pasep e Cofins, que totalizaram uma arrecadação de R$ 44,30 bilhões – um crescimento anual real de 23,38%.
A Receita Federal informou que a arrecadação atingiu R$ 892,23 bilhões em valores reais ao longo de 2024 (de janeiro a abril). O que representou uma alta real de 8,33% em comparação com o mesmo intervalo do ano anterior, quando foi de R$ 823,60 bilhões.
Lula inaugura obras inacabadas e pagas pelo Governo Bolsonaro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem intensificado suas viagens pelo país e participado da entrega de obras. Estas que, em muitos casos, não receberam verba federal ou foram financiadas em grande parte pela gestão do antecessor Jair Bolsonaro.