
- Trump avalia mover a cannabis da Lista I para a Lista III nos EUA.
- A mudança reduziria impostos, abriria crédito e impulsionaria pesquisas médicas.
- O comércio interestadual seguiria proibido, sob controle da FDA.
O governo de Donald Trump estuda um passo que pode mudar para sempre a política americana de drogas. Trata-se da reclassificação da cannabis, que pode sair da Lista I, onde estão as substâncias mais restritivas, como a heroína, e passar para a Lista III.
Essa possível mudança representa uma virada histórica. Se confirmada, a cannabis deixaria de ser vista apenas como ameaça e passaria a ser oficialmente reconhecida pelo seu uso medicinal, o que altera de forma radical o ambiente regulatório nos Estados Unidos.
Impacto imediato para os negócios
O efeito mais rápido seria no bolso das empresas do setor. Atualmente, as companhias sofrem com penalidades do código 280E do IRS, que reduzem seus lucros de forma drástica. Ao migrar para a Lista III, essa trava seria eliminada.
Além disso, o acesso a crédito e serviços bancários se ampliaria. Com menos riscos jurídicos, bancos e fundos de investimento voltariam a olhar o setor com apetite. Assim, esse movimento destrava fusões, aquisições e uma corrida por novos aportes.
Desse modo, o mercado já é bilionário em estados que liberaram a cannabis, mas a reclassificação pode levar essa expansão a outro nível em escala nacional.
Reflexos no campo da saúde
A reclassificação também teria peso para médicos e pesquisadores. Com a mudança, estudos sobre dor crônica, epilepsia e dependência de opióides teriam mais respaldo, acelerando descobertas clínicas e tratamentos inovadores.
Hoje, as barreiras legais dificultam até ensaios clínicos mais básicos, mesmo quando já há evidências científicas consistentes. Além disso, o reconhecimento oficial daria fôlego a laboratórios e universidades que tentam avançar nas pesquisas.
Portanto, vale lembrar que a medida não significa liberação total. O comércio interestadual ainda seria proibido e a FDA seguiria como guardiã da autorização para vendas em farmácias.
O debate político em alta
O anúncio mexeu com o ambiente político em Washington. Defensores veem a mudança como chance de impulsionar a economia e atender milhões de pacientes. Já críticos alertam que a medida pode ampliar o consumo recreativo e gerar dilemas de saúde pública.
Ademais, Trump, por sua vez, reconheceu que o tema divide opiniões, mas afirmou que pretende tomar “a decisão correta”. Foi a primeira vez que ele falou abertamente sobre o tema desde que assumiu a presidência.
Por fim, o debate reacende a discussão sobre até onde os Estados Unidos estão dispostos a revisar sua guerra às drogas, em meio a pressões econômicas e sociais.