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A Light é a nova Oi? Vale a pena uma “fézinha” nas ações?

Foto/Reprodução GDI
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A Light (LIGT3) é a nova Oi? Essa é a pergunta que surge diante do pedido de recuperação judicial feito pela empresa de energia, que enfrenta um cenário desafiador em meio a dívidas bilionárias e dificuldades financeiras. A notícia do pedido de recuperação judicial fez com que as ações da Light caíssem 17% em um único dia, refletindo a preocupação dos investidores com a situação da empresa.

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O valor da dívida da holding que controla a concessionária Light chega a impressionantes R$ 11 bilhões. Enquanto isso, o valor de mercado da empresa é de apenas R$ 1,73 bilhão, mostrando a grande discrepância entre o endividamento e a avaliação de mercado. Esse cenário adverso levou a Light a buscar uma suspensão temporária de pagamento de suas dívidas por meio de um pedido de Tutela Cautelar na Justiça do Rio de Janeiro.

Os problemas financeiros da Light são resultado de diversos fatores. A empresa tem sofrido com a escalada da taxa de juros, o aumento da inadimplência e altos índices de furtos de energia no estado do Rio de Janeiro. As perdas de energia da Light são muito maiores na comparação com outros estados, como São Paulo, Paraná e Minas Gerais, o que impacta negativamente a rentabilidade da empresa. Além disso, a devolução de créditos fiscais pela cobrança de PIS/COFINS e as condições restritas do mercado de crédito e os juros altos também contribuem para a situação difícil da distribuidora.

Diante da urgência em refinanciar sua dívida, a Light precisa lidar com um volume relevante de vencimentos a partir de 2024. A renovação da concessão da Light SESA, que vence em 2026, também se torna um fator determinante para o futuro da empresa. Caso a renovação não ocorra, a Light receberá o valor devido, mas não terá mais operações, tornando a renovação no Rio de Janeiro essencial para a sobrevivência da companhia.

A Light vai “dar uma de Oi?”

A situação da Light traz à mente a lembrança da Oi, outra empresa que enfrentou um processo de recuperação judicial no passado. A Oi, anteriormente conhecida como Telemar, foi a maior operadora de telefonia fixa e a quarta operadora de telefonia móvel do Brasil. No entanto, problemas de gestão levaram a companhia a uma dívida de R$ 65 bilhões e a um longo processo de reestruturação para escapar da falência.

Após sair do processo de recuperação judicial em dezembro de 2022, a Oi ainda possui uma dívida de R$ 35 bilhões. Atualmente, a empresa busca se reinventar como a maior empresa de fibra ótica do país, apostando em parcerias para levar conectividade e expandir sua atuação. A trajetória da Oi serve como um exemplo de como uma empresa pode enfrentar adversidades, mas também destaca os desafios que surgem ao longo do caminho.

Diante disso, é compreensível que surjam questionamentos sobre a Light seguir o mesmo caminho da Oi. No entanto, é importante ressaltar que cada empresa tem suas particularidades e o desfecho de um processo de recuperação judicial pode variar de caso para caso. Além disso, a Light atua em um setor diferente, sendo uma empresa de energia elétrica, enquanto a Oi é uma empresa de telecomunicações.

Apesar das comparações, é fundamental analisar cada situação de forma individual, considerando os aspectos específicos de cada empresa, seu mercado e seu contexto. A recuperação judicial da Light representa um desafio significativo para a companhia, seus acionistas e credores. O desenrolar do processo dependerá das negociações, da aprovação judicial e da capacidade da empresa de reestruturar-se e enfrentar seus problemas financeiros.

Portanto, para aqueles que buscam investir ou especular nas ações da Light, é essencial compreender os riscos envolvidos e realizar uma análise minuciosa do cenário atual, considerando os desdobramentos do processo de recuperação judicial, as perspectivas de reestruturação da empresa e as condições do mercado. A decisão de investir ou não nas ações da Light deve ser tomada com base em uma avaliação criteriosa e consultoria financeira adequada, levando em conta o perfil de cada investidor e seu apetite ao risco.

Vale a pena uma “fézinha” nas ações?

A situação da Light, que recentemente entrou com um pedido de recuperação judicial, levanta a questão: vale a pena apostar nas ações da empresa? Analistas de mercado têm recomendado cautela e sugerido que os investidores evitem investir nesse momento.

Diante desse cenário, especialistas recomendam manter distância das ações da Light. O analista Fabiano Vaz, da Nord Research, afirma que investir na empresa não faz sentido no momento. Ricardo Brasil, fundador da Gava Investimentos, e Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, compartilham da mesma opinião, destacando a elevada dívida da empresa e a incerteza em relação à sua capacidade de cumprir contratos em meio aos furtos de energia.

Outra questão a ser considerada é a postura da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em relação ao caso. A Light poderia enfrentar dificuldades para manter suas operações sem poder reajustar as tarifas de energia. Concessões tarifárias concedidas à empresa pela Aneel poderiam resultar em pedidos semelhantes de outras companhias, impactando o bolso dos consumidores e a inflação.

No curto prazo, espera-se que as ações da Light sigam uma trajetória de baixa. Caso a recuperação judicial seja aprovada, as ações serão excluídas dos principais índices da Bolsa, o que resultará em menor fluxo de negociação e desvalorização dos ativos. Muitos fundos institucionais têm restrições quanto a investir em empresas em recuperação judicial.

Apesar das incertezas, há quem acredite que o processo de recuperação judicial possa abrir espaço para que a Light chegue a um acordo com seus credores. Investidores interessados, como Nelson Tanure, que possui uma participação relevante de 15% na empresa, podem propor novos caminhos e desempenhar um papel importante na definição do futuro da companhia.

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