
- Primeiras canetas fabricadas no Brasil com liraglutida chegam às farmácias a partir de 4 de agosto.
- Laboratório EMS investiu mais de R$ 1 bilhão para produzir até 40 milhões de unidades por ano.
- Produtos devem concorrer com marcas globais como Ozempic e Saxenda com preços mais acessíveis.
O Brasil terá, a partir da próxima segunda-feira (4), seu próprio concorrente nacional no disputado mercado das “canetas emagrecedoras” e de controle de diabetes tipo 2. Assim, a EMS, maior laboratório farmacêutico do país, anunciou a chegada dos medicamentos Olire e Lirux às prateleiras, com preços a partir de R$ 307,26.
Nesse sentido, as canetas são baseadas no princípio ativo liraglutida, o mesmo que estava presente no Saxenda, da dinamarquesa Novo Nordisk, cuja patente expirou. Desse modo, a EMS será a primeira empresa a fabricar o produto integralmente no Brasil, após investir mais de R$ 1 bilhão para viabilizar o projeto.
Estreia no varejo e meta de meio milhão de unidades
O lote inicial contará com 150 mil canetas, sendo 100 mil de Olire, indicada para obesidade, e 50 mil de Lirux, voltada ao tratamento de diabetes tipo 2. Sendo assim, os medicamentos serão distribuídos primeiramente nas regiões Sudeste e Sul, com vendas tanto em lojas físicas quanto nos e-commerces das redes Droga Raia, Drogasil, Drogaria São Paulo e Pacheco.
Além disso, até o fim de 2025, a EMS prevê disponibilizar 250 mil unidades, com objetivo de atingir 500 mil até agosto de 2026. Segundo a farmacêutica, o abastecimento já começou por centros de distribuição parceiros.
Por fim, a companhia também aposta em programas de fidelidade e desconto. O “EMS Saúde — Vida + Leve” oferece 10% de redução no preço da segunda caneta para pacientes cadastrados, seguindo estratégia semelhante à adotada por fabricantes como Novo Nordisk (Ozempic/Wegovy) e Eli Lilly (Mounjaro).
Fábrica de alta tecnologia impulsiona nacionalização
Para fabricar as canetas com tecnologia própria, a EMS inaugurou em 2023 a primeira fábrica de peptídeos do país, localizada em Hortolândia (SP). A planta possui capacidade inicial de produção de 20 milhões de unidades por ano, com possibilidade de ampliação para 40 milhões.
Ademais, com isso, o laboratório consolida uma nova fase de verticalização farmacêutica, ganhando autonomia sobre um dos segmentos mais promissores da indústria global. A empresa estima gerar US$ 2 bilhões em receita no Brasil e o mesmo valor no mercado externo em até oito anos.
Carlos Sanchez, CEO da EMS, declarou que o movimento representa um salto de competitividade. “Estamos consolidando a capacidade do país de desenvolver e fabricar medicamentos de alta complexidade, com tecnologia própria e potencial global”, afirmou em nota.
Preço competitivo e novo ataque à liderança do Ozempic
Com a chegada de Olire e Lirux, o Brasil passa a ter uma alternativa nacional às populares canetas injetáveis da Novo Nordisk e Eli Lilly. O preço de entrada, a partir de R$ 307, representa uma economia relevante frente aos concorrentes importados.
Segundo a EMS, o valor sugerido ao varejo será:
- R$ 307,26 por unidade (Olire ou Lirux);
- R$ 507,07 para caixa com duas canetas de Lirux;
- R$ 760,61 para embalagem com três canetas de Olire.
Desse modo, o laboratório também anunciou que pretende lançar, em 2026, sua própria versão da semaglutida, princípio ativo do Ozempic e Wegovy, assim que a patente expirar no Brasil. Isso poderá ampliar ainda mais a concorrência local.