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A TV por assinatura pode chegar ao fim e eis o motivo

homem assistindo tv mohamed hassan pixabay
homem assistindo tv mohamed hassan pixabay

Um novo serviço de streaming de esportes, resultado da colaboração entre Disney, Fox e Warner Bros. Discovery está prestes a abalar o mercado do entretenimento, desafiando a hegemonia da TV a cabo. Este movimento estratégico promete disponibilizar os melhores jogos e campeonatos online, testando a fidelidade dos consumidores aos pacotes tradicionais de TV a cabo e pressionando empresas como a Comcast.

As gigantes da mídia anunciaram uma joint venture que reunirá o conteúdo esportivo mais popular, incluindo eventos como o Monday Night Football da ESPN, os jogos de domingo da NFL da Fox e a aguardada fase final do campeonato de basquete universitário americano, conhecido como March Madness, transmitido pelos canais da Warner Bros.

“Combinar o maior número possível de direitos esportivos em uma única plataforma poderia ajudar a convencer os fãs de esportes a adotar tal serviço”, disse o analista de mídia da Madison & Wall, Brian Wieser.

Este movimento não apenas representa uma resposta às mudanças nos hábitos de visualização dos consumidores, mas também um desafio direto aos planos de TV a cabo da Comcast e da Charter Communications.

Impactos do crescimento do streaming

O declínio contínuo dos assinantes de TV a cabo e o crescimento do streaming têm pressionado as redes tradicionais, como Fox, ABC, ESPN e TNT, a encontrar novas formas de fazer negócios. O acordo entre as empresas de mídia poderia acelerar a migração dos consumidores para o streaming, especialmente considerando que o esporte tem sido historicamente um componente-chave dos pacotes de cabo.

Os detalhes sobre o nome, preço da assinatura mensal e equipe de gestão do novo serviço serão revelados posteriormente. Enquanto isso, a expectativa é alta para o impacto que essa iniciativa conjunta terá no cenário da mídia e do entretenimento, tanto em termos de competição quanto de oferta de conteúdo aos consumidores ávidos por opções de streaming.

O novo serviço será um complemento aos pacotes de cabo existentes, em vez de um concorrente.

“Não estaríamos lançando esse produto específico se pensássemos que iria afetar significativamente nossos parceiros afiliados de TV paga”, disse Murdoch.  “Permanecemos um dos maiores apoiadores dos pacotes de TV paga tradicional.” 

Segundo Murdoch, o público-alvo do novo serviço de streaming é o fã de esportes que atualmente não assina nenhum pacote pago de TV. Por conta disso, há uma grande confiança de que este é um grande mercado e uma grande oportunidade.


Nem todos veem dessa forma, pois é difícil imaginar como o negócio não incentiva ainda mais o abandono do serviço de TV a cabo. A nova plataforma deve ser precificada abaixo de algumas alternativas de TV a cabo, como o YouTube TV, que começa em cerca de US$ 73 por mês.

Disney prepara novo serviço

A Disney está prestes a lançar uma versão de streaming de seu canal principal, ESPN, em aproximadamente um ano, mas não sem gerar conflitos com seus distribuidores. A nova plataforma promete recursos interativos, incluindo apostas esportivas e a possibilidade de interação entre os fãs, tudo a um preço mais acessível do que as ofertas esportivas convencionais.

“Isso coloca esses caras em conflito com muitos de seus distribuidores. Mas é algo que precisa ser feito”, comentou Michael Nathanson, analista da MoffettNathanson Research.

Notavelmente ausentes do empreendimento estão a NBC, da Comcast, e a CBS, da Paramount Global – duas gigantes da mídia tradicional que têm compromissos de longa data com esportes ao vivo. Executivos afirmaram que essas empresas não foram incluídas devido ao objetivo de manter os custos do serviço baixos.

“A ideia de unir ativos esportivos tem sido discutida há muito tempo, permitindo que os consumidores encontrem facilmente os jogos que desejam assistir”, destacou Jessica Reif Ehrlich, analista da Bank of America Securities.

A chegada dessa nova plataforma de streaming promete sacudir o mercado esportivo e criar novas dinâmicas de consumo, mas os desafios com os distribuidores indicam que o caminho rumo à inovação não será sem obstáculos.