
- O presidente dos EUA prorrogou por um mês a imposição de tarifas de até 50% sobre produtos europeus, gerando alívio temporário nos mercados
- A taxa da dívida de 10 anos caiu para 4,45%, refletindo menor apetite ao risco e sinais de distorção no fluxo global de capitais
- Futuros do S&P 500 e Nasdaq 100 avançam mais de 1% após o adiamento das tarifas. Europa também reage positivamente
A manhã desta terça-feira (27) começa sob forte tensão nos mercados globais, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adiar por um mês a aplicação de tarifas comerciais agressivas contra a União Europeia.
O adiamento temporário elevou o otimismo nos mercados acionários. Mas, manteve acesa a incerteza sobre os próximos passos da guerra tarifária que se intensifica em plena campanha eleitoral norte-americana.
Os títulos do Tesouro dos EUA se valorizaram, com a taxa da dívida de 10 anos recuando seis pontos-base, para 4,45%. Contudo, sinalizando maior demanda por segurança e expectativas de menor competição global por ativos em dólar. O movimento de queda nos rendimentos reflete também os retornos mais fracos observados no Japão, além de uma percepção de que a oferta global de títulos pode ser mais controlada nos próximos meses.
Tarifas e expectativas
Enquanto isso, os futuros das bolsas americanas mantiveram o fôlego positivo da véspera. O S&P 500 e o Nasdaq 100 avançaram mais de 1%, em resposta à postergação das tarifas e à expectativa de que Washington e Bruxelas encontrem uma saída diplomática até julho.
As bolsas europeias também operaram em alta. Dessa forma, reagindo à trégua temporária que aliviou, ainda que brevemente, o clima de hostilidade comercial.
Apesar do respiro nos mercados, os riscos permanecem. Trump voltou a defender publicamente a aplicação de tarifas de até 50% sobre produtos europeus. Assim, o que acende um alerta vermelho para exportadores do bloco e para empresas multinacionais com cadeias produtivas espalhadas entre os dois continentes.
A ameaça tarifária representa mais um capítulo do protecionismo americano, que já afeta países como Brasil, China e México.
A possível escalada no conflito tarifário pode repercutir diretamente nas indústrias brasileiras, especialmente aquelas que fornecem insumos ou exportam componentes inseridos em cadeias globais de produção.
Para analistas, um aumento nas tarifas entre EUA e Europa deve distorcer o fluxo de comércio mundial. Além disso, impactar preços de matérias-primas e pressionar moedas emergentes como o real.
Os investidores também monitoram os próximos passos do Federal Reserve. A queda nos rendimentos dos títulos de 10 anos reforça a ideia de que o Fed pode manter os juros por mais tempo em patamares elevados para conter pressões inflacionárias. Isso gera preocupação nos mercados emergentes, que enfrentam fuga de capitais e desvalorização cambial.
Enquanto a Europa busca acelerar as negociações para evitar a guerra tarifária, os mercados seguem em compasso de espera, reagindo a cada sinal vindo da Casa Branca. O dia, no entanto, promete ser de alta volatilidade, com atenção redobrada às falas de autoridades americanas e europeias. Além de novos indicadores econômicos previstos para esta semana.
3 coisas que você precisa saber nesta terça:
- Trump adia tarifas, mas tensão persiste: O presidente dos EUA prorrogou por um mês a imposição de tarifas de até 50% sobre produtos europeus.
- Títulos americanos recuam com busca por segurança: A taxa da dívida de 10 anos caiu para 4,45%.
- Bolsas globais sobem com otimismo moderado: Futuros do S&P 500 e Nasdaq 100 avançam mais de 1% após o adiamento das tarifas.