- A grande novela da privatização da Eletrobras parece estar em seus capítulos finais;
- Em AGE realizada nesta terça-feira (22) os acionistas votaram a favor do processo de desinvestimento da estatal;
- Para tal, foi aprovado novo processo de emissão de ações, pulverizando o capital da companhia;
- No entanto, o estado ainda deve manter força na Eletrobras através do Golden Share, ação especial com poder de veto.
Processos de privatização sempre dão o que falar, e o processo mais delicado em andamento no Brasil é o da Eletrobras (ELET3).
Se a dúvida era se o processo “iria ou não para frente” já temos uma resposta. Os acionistas da companhia se reuniram em assembleia-geral extraordinária para votar a privatização, que foi aprovada. Desse modo, a companhia começa a se movimentar para viabilizar o processo.
Assim, uma das medidas para tal, foi a aprovação do aumento de capital da empresa, que será feito por meio de uma oferta de ações. O Conselho de Administração ainda vai definir o preço e cronograma do aumento de capital, que deve ocorrer até meados de maio.
Caso o objetivo não aconteça na primeira oferta, acontecerá uma oferta secundária de ações.
Ademais, os acionistas deram o aval ainda para a criação de uma ação especial (golden share) para a União, com poder de veto em algumas questões.
Desse modo, o aumento de capital da empresa, que será feito por meio de uma oferta de ações. O Conselho de Administração ainda vai definir o preço e cronograma do aumento de capital, que deve ocorrer até meados de maio
A privatização
O Tribunal de Contas da União (TCU) dá primeiro aval em relação a privatização da Eletrobras (ELET3). Isto é, após dois meses adiando o processo, o órgão finalmente sinalizou de maneira positiva para o processo.
Diante disso, o governo pode dar prosseguimento nesse processo. Assim sendo, a maioria dos ministros se mostram a favor.
Nesse sentido, na primeira etapa, os ministros analisaram os valores envolvidos na operação. Exemplificando isso, há o bônus de outorga que a Eletrobras privatizada deverá pagar à União pela renovação dos contratos das 22 usinas hidrelétricas da empresa.
Além disso, na segunda etapa, prevista para março, de acordo com o governo, os ministros vão se aprofundar sobre o modelo de venda proposto pela União .
Valores da operação
Portanto, o governo avaliou que a Eletrobras privatizada deverá pagar R$ 67 bilhões, divididos da seguinte forma:
Primeiramente, R$ 25,3 bilhões para a União (Tesouro Nacional);
Em seguida, R$ 32 bilhões para a Conta de Desenvolvimento Energético, com vistas a atenuar eventual aumento de tarifa ao longo dos anos e subsidiar políticas setoriais; eLeia mais Eletrobras (ELET3) lucra R$ 1.609 milhão no 1T21
E por fim, R$ 9,7 bilhões em obrigações de investimento para recuperação de bacias hidrográficas.
Inicialmente, o governo havia estimado o valor em R$ 62,5 bilhões, mas aumentou no fim de dezembro para R$ 67 bilhões após considerações apontadas pelo relator do processo no TCU, ministro Aroldo Cedraz.