Forte queda

Ações da Pague Menos despencam após balanço do 4T24, entenda

As ações da Pague Menos (PGMN3) registraram uma forte queda de 9,35% na B3, fechando a R$ 2,81 no pregão desta terça-feira (11).

pague menos 100 milhoes
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  • As ações da Pague Menos (PGMN3) caíram 9,35% após a divulgação dos resultados do 4T24, refletindo a insatisfação dos investidores com a queda de 47,3% no lucro líquido
  • Apesar do crescimento de 17% na receita líquida, o aumento das despesas operacionais e financeiras pesou nos resultados da companhia, segundo analistas
  • O alto endividamento e mudanças regulatórias, como a redução do ICMS, podem afetar a rentabilidade da empresa nos próximos trimestres

As ações da Pague Menos (PGMN3) registraram uma forte queda de 9,35% na B3, fechando a R$ 2,81 no pregão desta terça-feira (11). O movimento ocorreu após a divulgação dos resultados financeiros do quarto trimestre de 2024 (4T24), que não atenderam às expectativas do mercado.

Queda no lucro preocupa investidores

A rede de farmácias reportou um lucro líquido de R$ 66,5 milhões no período, uma queda de 47,3% em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior. Apesar do avanço de 17% na receita líquida, que totalizou R$ 3,3 bilhões, o aumento significativo nas despesas operacionais impactou negativamente os resultados.

O Itaú BBA ressaltou que, embora a companhia tenha apresentado crescimento nas vendas e na margem bruta, os custos operacionais mais altos, incluindo despesas gerais e administrativas e provisões para bonificação de funcionários, pesaram sobre a rentabilidade. Além disso, os analistas destacaram que as despesas financeiras elevadas contribuíram para um lucro ajustado abaixo do esperado.

Avaliação mista dos analistas

Os analistas de mercado divergiram sobre a interpretação dos resultados da Pague Menos. A XP Investimentos manteve uma visão positiva, destacando o crescimento expressivo da receita e a melhora na rentabilidade, impulsionada pela integração da Extrafarma. Apesar de um mix de produtos menos favorável, a companhia conseguiu expandir suas margens por meio de maior eficiência operacional e redução de custos administrativos. A XP manteve sua recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 4.

Por outro lado, o Bradesco BBI adotou uma postura mais cautelosa. Embora tenha reconhecido aspectos positivos no balanço, o banco apontou o alto endividamento e riscos fiscais como fatores limitantes para a valorização das ações no curto prazo. A instituição manteve a recomendação de compra, mas reduziu o preço-alvo para R$ 3,60.

Perspectivas para o setor

O Itaú BBA destacou que a Pague Menos continua expandindo sua participação de mercado, especialmente no Nordeste, onde sua fatia aumentou em 82 pontos base. As unidades da Extrafarma, convertidas para a bandeira Pague Menos, também demonstraram desempenho impressionante, com crescimento de 29,5% nas vendas em mesmas lojas (SSS).

Apesar disso, os desafios para 2025 são significativos. A expectativa de um reajuste nos preços dos medicamentos abaixo da inflação pode impactar a rentabilidade do setor. Além disso, mudanças regulatórias, como a redução do ICMS sobre medicamentos, podem pressionar ainda mais as margens da companhia.

Os próximos trimestres serão determinantes para avaliar se a Pague Menos conseguirá equilibrar crescimento e rentabilidade diante de um cenário desafiador.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ