Na última segunda-feira, o JPMorgan observou uma queda conjunta nas ações de tecnologia dos Estados Unidos e nas criptomoedas, resultando em uma análise que destaca a correlação significativa entre essas duas classes de ativos.
Os analistas da instituição financeira notaram que as ações de tecnologia de pequena capitalização, particularmente aquelas incluídas no índice Russell 2000, apresentam a maior correlação com os mercados de criptomoedas. Essa conexão é impulsionada pelo fato de que tanto os mercados acionários quanto os de criptomoedas têm sido amplamente movimentados por investidores de varejo, que desfrutam de acesso considerável à alavancagem em ambos os setores.
Além disso, os mercados são influenciados por inovações tecnológicas. As ações do setor de tecnologia estão ganhando uma participação crescente nos principais índices de ações, enquanto as criptomoedas continuam dependendo da inovação em blockchain.
A correlação observada é mais pronunciada com o Bitcoin do que com as altcoins, embora seja forte para ambas as classes de ativos. Isso se deve à dependência das criptomoedas em relação ao capital de risco, bem como ao fato de que as inovações em tecnologia blockchain e cripto frequentemente estão relacionadas a empresas de tecnologia de menor porte, em vez das gigantes do setor.
A relação entre criptomoedas e mercados de ações dos EUA tende a flutuar ao longo do tempo. Correlações mais altas foram notadas em períodos em que o setor de tecnologia impulsionou o desempenho do mercado. Por exemplo, a correlação foi especialmente elevada durante os anos de 2020 e 2024, quando as ações de tecnologia superaram outros setores, além de ter sido mais fraca em 2022, quando esse mesmo setor se destacou pela fraqueza.
Bitcoin acende esperanças de novas máximas
Falando sobre o Bitcoin, na manhã desta quinta-feira, 30 de janeiro de 2025, o BTC está sendo negociado a R$ 609.870,00, tendo recuperado seu valor e voltado a ser negociado acima de US$ 105 mil. Essa movimentação trouxe ânimo aos touros do mercado, que esperam que fevereiro, tradicionalmente um mês de alta para o BTC, traga novas máximas históricas.
Analisando o cenário macroeconômico, Beto Fernandes, analista da Foxbit, ressaltou que, como já era esperado, houve significativa volatilidade no mercado em decorrência da manutenção da taxa de juros e da coletiva de Jerome Powell. Segundo Fernandes, o comunicado oficial do FED retirou as perspectivas de resfriamento da inflação, o que gerou certo receio entre os investidores.
Contudo, Powell trouxe elementos positivos em sua fala. Embora tenha reconhecido uma inflação elevada, mas próxima da meta, o presidente do FED indicou que não é necessário esperar um retorno da inflação aos 2% para considerar novos cortes na taxa de juros. Ele também afirmou que não seria mais necessário enfraquecer o mercado de trabalho para reduzir a inflação, aliviando assim um pouco a pressão sobre os empregos, fator crucial na determinação de uma flexibilização da política monetária.
“O ponto que mais ajudou o Bitcoin foi quando Powell afirmou acreditar que os bancos estão prontos para oferecer serviços relacionados a criptomoedas, desde que saibam lidar com os riscos envolvidos. Como resultado, o DXY ficou praticamente estagnado, enquanto as ações mostraram recuperação, embora caminhando para um dia levemente negativo”, comentou Fernandes.
De acordo com dados do Cointelegraph Markets Pro e TradingView, o par BTC/USD atingiu US$ 105.563 na Bitstamp, marcando uma máxima em seis dias. Com isso, após a queda registrada devido ao DeepSeek, o Bitcoin novamente trouxe esperança aos participantes do mercado em relação a novas máximas.