- GRU Airport contará com Terminal VIP em parceria à BTG Pactual com experiência em aeroportos de outros países
- Experiência exclusiva no check-in, despacho de malas e imigração em processo independente dos demais terminais, prometida para passageiros. Isto, com expectativa de evitar filas
- Com duração de 40 anos, o contrato, portanto, ultrapassa o prazo da própria concessão da GRU, que encerra em 2032
- Segundo Daniel, o investimento total para a construção do terminal será de R$ 80 milhões
A partir do segundo semestre, Guarulhos contará com um terminal VIP pioneiro na América Latina, desenvolvido pelo BTG Pactual junto ao terminal 3. Este, com inspiração em aeroportos de Londres, Zurique, Los Angeles e Atlanta.
“Se as filas do aeroporto de Guarulhos te tiram do sério, calma: help is on the way. Por uma taxa ‘modesta’, é claro.” Como diz o repórter da Brazil Journal, Pedro Arbex.
“Do ponto de vista de oferta de valor, as companhias aéreas resolveram muito bem a questão da segmentação da porta para dentro da aeronave, com a classe executiva e a primeira classe,” aponta o CEO do terminal, Fábio Camargo. “Mas da porta da aeronave para fora, a experiência é igual para todo mundo.”
O terminal, “batizado” com o nome do banco, proporcionará aos passageiros uma experiência diferenciada, permitindo que realizem o check-in, despachem suas bagagens e passem pela imigração e alfândega em um processo separado dos demais terminais, com a expectativa de evitar filas.
Como vai funcionar esses serviços?
Os passageiros terão embarque e desembarque direto das aeronaves no terminal, com transporte de luxo até a entrada do avião. Além disso, o terminal oferecerá serviço de alta gastronomia, com pratos à la carte, salas de reuniões e suítes para descanso, estas cobradas separadamente.
O serviço seguirá o modelo pay per use, com os viajantes pagando uma taxa de US$ 590 (R$ 3.000 ao câmbio atual) para utilizar o terminal, assim, mediante reserva antecipada pelo site. A capacidade diária, portanto, será de 100 passageiros, mas espera-se uma ocupação inicial menor.
“Tem um ramp up natural,” explica Daniel Epstein, um sócio do BTG. “Mas esse terminal sempre vai operar com um fluxo de passageiros pequeno, para que não haja nenhum risco de um gargalo ou atraso. Vai ser uma movimentação muito fluida e rápida.”
O processo
Em meados de 2022, a GRU Airport, responsável pela concessão de Guarulhos, conduziu um processo competitivo para encontrar um parceiro para a construção e operação do terminal. A AEPM, uma empresa canadense, emergiu como vencedora, mas em março do ano passado, o controle do negócio foi adquirido por um fundo do BTG. Recentemente, esse fundo comprou a participação restante da AEPM, dessa forma, garantindo 100% de controle do terminal.
O contrato estabelecido com a GRU segue o modelo de cessão de uso. O BTG pagou uma espécie de outorga na assinatura do contrato, enquanto a GRU receberá um percentual da receita da operação, com um valor mínimo acordado.
Com duração de 40 anos, o contrato ultrapassa o prazo da própria concessão da GRU, que encerra em 2032. Em suma, o contrato de cessão de uso será transferido para a próxima concessionária que assumir o ativo, exigindo a aprovação da Secretaria Nacional de Aviação Civil.
Segundo Daniel, o investimento total para a construção do terminal será de R$ 80 milhões. O BTG iniciou as obras em meados do ano passado, quando assumiu o controle, e planeja concluí-las nos próximos meses. A receita do terminal VIP será principalmente proveniente das taxas de acesso. Embora o BTG não tenha fornecido uma estimativa específica para o faturamento, considerando uma ocupação de 50%, a receita anual com os acessos poderia chegar a aproximadamente US$ 10,7 milhões.
Expectativas e propostas
O BTG está atualmente em negociações para estabelecer parcerias com diversas marcas, as quais terão espaços exclusivos dentro do terminal. O veículo destinado ao transporte dos passageiros também está sendo negociado como parte das parcerias. A expectativa é que a maioria dos clientes do terminal sejam executivos em viagens de negócios internacionais.
“Semana passada teve a maior feira de turismo de luxo do mundo e estivemos presentes conversando com as agências,” disse Fabio. “O interesse dessas agências em distribuir esse produto foi muito grande.”
Ainda assim, a proposta de valor também deve ser atrativa para o turismo de luxo.