Agrogalaxy (AGXY3) é a ação agro para comprar em Fevereiro?

A AgroGalaxy (AGXY3) anunciou uma série de mudanças em sua liderança e estrutura organizacional, em um esforço para enfrentar os desafios que o setor de insumos agrícolas tem enfrentado nos últimos tempos. A principal notícia é a nomeação de Axel Labourt como novo CEO da empresa, assumindo o cargo a partir de 1º de março, em substituição a Welles Pascoal.

Além disso, a empresa revelou planos para encerrar 80 posições corporativas e 19 lojas. Essas decisões são parte de uma estratégia de reestruturação destinada a otimizar as operações e enfrentar um ambiente de negócios cada vez mais desafiador.

No entanto, essas mudanças e a situação financeira da AgroGalaxy levaram a XP Investimentos a reavaliar sua visão sobre a empresa. Em meio a um cenário difícil para o setor de insumos agrícolas, a corretora expressou preocupações de que, mesmo com a injeção de capital de R$ 150 milhões e um contrato de empréstimo de R$ 38 milhões com o acionista controlador, a empresa possa não cumprir com o covenant de 3,0x Dívida Líquida/Ebitda.

Os covenants são condições estabelecidas em acordos entre empresas e seus credores, e o descumprimento dessas obrigações pode permitir que os credores exijam o pagamento antecipado de dívidas. No caso da AgroGalaxy, a obrigação de manter uma proporção de Dívida Líquida igual a 3 vezes o Ebitda foi estabelecida em setembro de 2023, durante a renegociação de um total de R$ 839 milhões em dívidas que venceriam ao longo de três anos.

Principais credores

Os principais credores da empresa incluem o Banco do Brasil, Santander e Citibank. Na época em que o acordo foi fechado, a XP Investimentos observou que a proporção Dívida Líquida/Ebitda estava em 3,3 vezes, o que impunha a necessidade de reduzir o endividamento da empresa.

A corretora também expressou preocupações em relação à falta de visibilidade devido às numerosas mudanças na gestão da AgroGalaxy. Essas incertezas, somadas aos riscos associados à dívida e à situação econômica do setor de insumos agrícolas, levaram a XP a colocar a tese de investimento na empresa em revisão.

O cenário desafiador para as empresas do setor de insumos agrícolas é resultado de diversos fatores, incluindo estoques acima da média, que afetaram negativamente os preços e as margens das empresas. Além disso, condições climáticas adversas levaram a quebras de safra em algumas regiões, resultando em impactos negativos nos volumes de vendas.