Os papéis da estão entre as maiores baixas do Ibovespa, recuando 0,52% (R$ 9,53), num movimento de realização de lucros. Na sexta-feira (28), as ações da empresa lideraram as altas do índice e encerraram o dia com valorização de 7,76% (R$ 9,58).
As ações ordinárias da Méliuz (CASH3) se destacaram com uma valorização significativa no Ibovespa durante a sessão na sexta-feira passada (14). Os papéis apresentaram um salto de 14,67%, chegando a R$ 8,13, e atingindo uma máxima de R$ 8,18, ou seja, um aumento de 15,37% no pregão.
A empresa, apesar da queda, segue em uma forte tendência de valorização e acumula alta de 22% em Julho:
Ainda vale a pena comprar?
Esse movimento positivo ocorre logo após o BTG Pactual reiterar sua recomendação de compra para as ações da empresa e destacar que ela foi “esquecida” durante o último rali do mercado, registrando uma queda de 40% no acumulado do ano, enquanto o Ibovespa apresentou um crescimento de quase 9% no mesmo período.
O BTG Pactual estabeleceu um preço-alvo de R$ 18 para as ações ordinárias da Méliuz, representando um potencial de valorização de 154% em relação ao fechamento do pregão anterior.
Os analistas do BTG Pactual destacaram sua participação em uma reunião com o CEO da companhia, Israel Salmen, e outros executivos, durante a semana. Eles apontaram que a Méliuz deverá colher os frutos de seu acordo com o BV e de uma melhora no cenário macroeconômico no segundo semestre.
O acordo comercial entre Méliuz e BV, no qual o BV atuará como parceiro financeiro da Méliuz, tem a perspectiva de gerar resultados significativos a partir da segunda metade do ano, segundo o BTG Pactual. Em junho, a Méliuz assinou um acordo definitivo para vender o Bankly para o BV, finalizando um processo que se arrastava desde o fim do ano anterior. Após a conclusão do negócio, todas as operações de serviços financeiros da Méliuz, como emissão de cartões e oferta de crédito, passarão a ser realizadas pelo BV.
Os analistas do BTG ressaltam que, mesmo após a conclusão do acordo com o Bankly, a Méliuz ainda precisará das soluções BaaS (banking as a service) para integrar seus serviços. No primeiro semestre, o foco da empresa foi concluir todas as integrações necessárias com o BV, preparando o terreno para que o acordo comercial entre em vigor e reduzindo custos para melhorar a rentabilidade. Eles afirmam que o acordo comercial com o BV deve acelerar o retorno dos serviços financeiros, proporcionando à Méliuz uma base de custos mais eficiente e uma geração de caixa mais rápida.
A transferência da base de cartões e contas digitais será concentrada ao longo do segundo semestre, o que deve aliviar a pressão sobre os custos da companhia. O BTG Pactual destaca que, no futuro, BV e Méliuz trabalharão juntos para oferecer novos serviços financeiros aos clientes da empresa, aumentando o potencial de monetização.
O banco também ressalta que a Méliuz possui uma posição de caixa de R$ 437 milhões, representando 76% de sua capitalização de mercado, e receberá R$ 210 milhões com a venda do Bankly, que serão distribuídos aos acionistas. Antes do IPO, a Méliuz tinha um fluxo de caixa positivo e operava com uma posição de caixa inferior a R$ 20 milhões. Embora a empresa esteja caminhando para acabar com a queima de caixa, ela não planeja distribuir todo o excedente de caixa para manter oportunidades futuras em aberto.
O BTG Pactual concluiu que, com a possível recuperação do comércio eletrônico devido a um melhor ambiente macroeconômico e impactos sazonais, a Méliuz está prestes a atingir um Ebitda equilibrado, o que torna seu valuation extremamente atraente. Além disso, a empresa tem a perspectiva de alcançar um fluxo de caixa operacional positivo e uma posição líquida de caixa esperada de R$ 647 milhões após a conclusão da venda do Bankly, o que representa 113% do valor de mercado atual.