Meta de inflação

Alerta grave: Lula está levando o Brasil para a "dominância fiscal"

Economistas apontam dificuldades para o BC atingir a meta de inflação em 2025, com expectativas de IPCA superiores a 5%.

Alerta grave: Lula está levando o Brasil para a "dominância fiscal"
  • As expectativas para o IPCA de 2025 atingem 5%, superando o teto da meta de inflação, com desafios para o Banco Central controlar a inflação
  • Economistas apontam dificuldades para o BC alcançar a meta de 3%, com previsões de inflação entre 5,4% e 6,2%, exigindo aumento da Seli
  • O BC adotará um modelo contínuo de metas de inflação em 2025, com a necessidade de controlar o IPCA por um período de seis meses fora da tolerância

As projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025 indicam uma trajetória de alta. Assim, sinalizando um cenário desafiador para o Banco Central (BC) na tentativa de controlar a inflação e manter o índice dentro do intervalo de tolerância da meta.

Segundo economistas, a expectativa de que o IPCA ultrapasse o teto da meta, que é de 4,5%, reflete um ambiente de dificuldades econômicas. Agravadas, no entanto, por uma série de fatores como a escalada do dólar e o aquecimento da atividade econômica, impulsionado por políticas fiscais.

O mercado financeiro tem revisado constantemente para cima suas estimativas para o IPCA de 2025. De acordo com o boletim Focus, divulgado pelo BC, a mediana das previsões para o fechamento do índice em 2025 alcançou 5%, um aumento contínuo que ocorre há 13 semanas.

Antes desse período de revisões, iniciado em outubro de 2024, as projeções estavam abaixo de 4%.

Esse movimento de alta é reflexo da combinação de diversos fatores, como a pressão sobre os preços em virtude de um dólar mais caro. Além da expansão da atividade econômica em um cenário de impulsos fiscais, como o aumento dos gastos públicos.

Desafios para o controle da inflação em 2025

Economistas alertam que o cumprimento da meta de inflação de 2025 será extremamente difícil.

“É dificílimo cumprir a meta este ano. Tenho visto alguns colegas já falando em inflação de 7%. Meu número hoje, para o ano fechado, é 5,4%, e no pior cenário, é 6,2%”, afirmou Alexandre Espirito Santo, economista-chefe da Way Investimentos.

Ele acrescentou que, para que a inflação volte a ficar dentro da meta, será necessário que o Banco Central eleve ainda mais a Selic, a taxa básica de juros, que atualmente está em 14,25%.

A expectativa é que a taxa precise, portanto, ultrapassar os 15% para controlar a inflação no longo prazo. Talvez com um impacto mais significativo em 2026 do que já se observa em 2025.

O aumento da Selic tem como objetivo esfriar a demanda por bens e serviços, um fator que pressiona os preços. Porém, essa estratégia também traz efeitos colaterais.

O aumento dos juros torna o crédito mais caro, o que dificulta tanto o consumo das famílias quanto os investimentos produtivos. Com o encarecimento do crédito, espera-se, assim, que a economia desacelere, o que pode ajudar a controlar a inflação, mas também pode afetar o crescimento do país.

Nova estratégia do Banco Central

Em 2025, o Banco Central passará a adotar um modelo contínuo para perseguir a meta de inflação. Dessa forma, abandonando o sistema de “ano-calendário”, que considerava apenas o período de janeiro a dezembro.

A meta de inflação será considerada descumprida se o IPCA ficar fora do intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5% por seis meses consecutivos. No novo modelo, o centro da meta será 3% no acumulado de 12 meses, com a margem de tolerância de 1,5% para mais ou para menos.

O IPCA de 2024 fechou em 4,83%, ultrapassando o teto da meta de 4,5%. Esse estouro da meta em 2024 agravou ainda mais o cenário para o ano seguinte, já que o BC projetou que a inflação deverá ficar acima do intervalo de tolerância até o terceiro trimestre de 2025.

No entanto, já há analistas do mercado que preveem uma inflação superior a 4,5% ao longo de todo o ano de 2025. Dessa forma, o que representaria um desafio ainda maior para o controle dos preços.

O novo modelo de metas de inflação imposto pelo Banco Central exige uma vigilância constante sobre a evolução do IPCA, e o cenário atual sugere que as dificuldades para alcançar a estabilidade de preços em 2025 serão consideráveis.

Enquanto a economia enfrenta pressões internas e externas, o BC terá que ajustar suas estratégias para tentar manter a inflação sob controle, sem comprometer o crescimento econômico do país.

Sintomas claros

Alberto Ramos, diretor de pesquisa econômica para a América Latina do Goldman Sachs, afirmou à Bloomberg Línea que a política monetária perdeu grande parte de sua eficiência no Brasil.

Segundo ele, as metas fiscais do governo estão “descoladas” da realidade econômica do país. E, ainda, que há “sintomas claros” de dominância fiscal, ou seja, a política fiscal do governo está influenciando de forma excessiva a condução da política monetária. Dessa forma, dificultando o controle da inflação e o crescimento econômico.