Alinhamento de Lula com ditaduras no BRICS foi motivo para Trump taxar Brasil

Em 9 de julho de 2025, o ex-presidente dos EUA Donald Trump anunciou um aumento radical na alíquota de importação sobre produtos brasileiros, passando de 10 % para 50 % a partir de 1º de agosto de 2025. O motivo declarado? Trump acusou o Brasil de perseguir politicamente o ex-presidente Jair Bolsonaro e pela censura imposta pelo STF, chamando seu julgamento de “caça às bruxas”.

BRICS como motivação política

Para o cientista político Carlos Poggio, da Berea College, a medida vai além de questões comerciais ou judiciais. Segundo ele, trata-se de uma demonstração de força e punição ao Brasil por sediar a cúpula do BRICS e defender temas como a substituição do dólar como moeda de reserva.

“As tarifas de 50 % podem ser ao mesmo tempo uma demonstração de força e uma punição ao Brasil por ter sediado a cúpula dos Brics […] por ter sugerido a substituição do dólar como moeda internacional”, afirmou o especialista.

Além disso, conforme expressado em carta, o alinhamento político do Governo Lula com países autoritários e ditaduras, como o Irã, a China, Venezuela, a Rússia, entre outros, foi motivo da decisão de Trump.

Resposta brasileira

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu com firmeza, qualificando as ameaças como “irresponsáveis” e afirmando que o Brasil não aceitará interferências em sua soberania e em processos judiciais independentes. Ele ainda sinalizou retaliações com base na Lei da Reciprocidade Econômica.

Impactos político-comerciais

• Internamente: o Brasil poderia intensificar sua aproximação com países como China e Rússia, reduzindo sua dependência dos EUA.
• Eleitoral e econômico: o episódio tem potencial para fortalecer Lula politicamente, durante um ano eleitoral, ao adotar retórica nacionalista.
• Moeda e mercados: o real já enfrentou queda após o anúncio, refletindo temores sobre inflação e ambiente econômico.

O aumento da tarifa por Trump não é apenas uma resposta ao processo de Bolsonaro, mas uma demonstração clara de retaliação ao alinhamento do Brasil com ditaduras, além de países que defendem um sistema monetário menos dependente do dólar. O resultado das tarifas deverá ser uma escalada nas tensões diplomáticas, com possíveis desdobramentos comerciais e políticos tanto no Brasil quanto nos EUA.