- Após meses rodeados em incertezas, a Americanas (AMER3) inaugura “sua parte de nova fase nesta”, nesta semana
- A companhia efetivou o grupamento de ações aprovado em maio na última segunda-feira (27) e hoje
- A partir de amanhã, os investidores começarão a negociar as ações da companhia agrupadas na proporção de 100 para 1
Após meses rodeados em incertezas, a Americanas (AMER3) inaugura “sua parte de nova fase nesta”, nesta semana. A companhia efetivou o grupamento de ações aprovado em maio na última segunda-feira (27) e hoje. A partir de amanhã, os investidores começarão a negociar as ações da companhia agrupadas na proporção de 100 para 1.
O papel da companhia, portanto, fechou com queda de 16,66% nesta segunda-feira (26). Assim, a R$ 0,05, na mínima histórica, após ter oscilado entre R$ 0,05 e R$ 0,07. Consequentemente, derretido nas últimas semanas. Com isso, os papéis devem abrir a próxima sessão a R$ 5,00.
Os papéis, que já vinham sendo negociados na casa dos centavos de real, aprofundaram a queda em meados do mês após o balanço do primeiro semestre e com o encerramento de período de lockup para alguns credores que se tornaram acionistas da varejista no âmbito do acordo de recuperação judicial.
Neste tempo, houve ainda a apresentação do resultado e o cancelamento das projeções da companhia. As ações, no entanto, chegaram a cair 69,70% no dia 15 de agosto. E, dessa forma, encerraram a sessão com perda de 57,57%, cotadas a R$ 0,14. Hoje, valem menos da metade disso.
Analistas anteciparam o movimento, considerando que as vendas continuariam até que o mercado começasse a acreditar na nova gestão e na governança da empresa. Enrico Cozzolino, sócio e head de análises da Levante, destacou que um dos pontos de maior preocupação era a retirada das orientações fornecidas anteriormente. O cenário ficaria ainda mais incerto e com pouca visibilidade para investidores.
Sem previsão de desempenho
A companhia, contudo, também anunciou em fato relevante na última de quarta-feira, que decidiu cancelar previsões de desempenho. Estas, publicadas no final do ano passado, citando como motivo apenas a necessidade da empresa de “reavaliar a expectativa de desempenho futuro em razão da divulgação dos resultados”.
Nas projeções, divulgadas em novembro passado, a Americanas estimava ter um lucro operacional medido pelo Ebtida maior que R$ 2,2 bilhões em 2025. Ainda, com uma dívida bruta de entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão e alavancagem abaixo de 0,75 vez.
O grupamento, no entanto, também incidirá sobre os bônus de subscrição, que também serão negociados na nova quantidade. Hoje, dessa forma, haverá também o início da negociação das novas ações emitidas no aumento de capital aprovado em 21 de maio.
Na visão de analistas, o grupamento dos papéis abre espaço para mais quedas. Na prática, o movimento significa que a quantidade de papéis em circulação diminui mas sem alteração no capital social ou no valor que as ações representam.
O lado negativo da operação é que, embora possa aumentar o preço unitário das ações e melhorar a negociação, pode, assim, gerar uma percepção negativa entre investidores.
Isso se dá, porque investidores podem interpretar o aumento do preço como uma tentativa da empresa de mascarar o baixo valor das ações. Dessa forma, o que pode afetar a confiança no papel.