- Prejuízo no 4T24: Americanas registra perda de R$ 586 milhões no último trimestre de 2024
- Lucro no ano: Empresa reverte prejuízo de 2023, com lucro de R$ 8,23 milhões em 2024
- Expectativas para o futuro: Presidente da companhia projeta recuperação contínua nos próximos trimestres
As ações da Americanas (AMER3), atualmente em recuperação judicial, enfrentaram uma sessão de forte queda nesta quinta-feira (27). Por volta das 10h40, os papéis da varejista registravam uma desvalorização de 24,31%, cotados a R$ 6,85.
A reação negativa do mercado foi motivada pela divulgação dos resultados financeiros da companhia referentes ao quarto trimestre de 2024 (4T24).
Prejuízo de R$ 586 milhões no 4T24
No período de outubro a dezembro de 2024, a Americanas reportou um prejuízo de R$ 586 milhões, marcando uma reviravolta em relação ao lucro de R$ 2,56 bilhões registrado no mesmo intervalo de 2023. Esse resultado negativo reflete os altos custos envolvidos no processo de recuperação judicial, que continua a impactar a saúde financeira da empresa.
Camille Faria, CFO da Americanas, destacou em entrevista ao Brodcast que os custos relacionados ao processo de reestruturação são um fator crucial para o desempenho financeiro da companhia neste período.
Reversão do prejuízo anual
Apesar do revés no quarto trimestre, a Americanas apresentou uma reversão significativa em seu desempenho anual. A empresa fechou 2024 com um lucro de R$ 8,23 milhões, superando o prejuízo de R$ 2,27 bilhões registrado no ano anterior.
A empresa transformou cortes na dívida bilionária em receita financeira no 3T24, alavancando seus resultados.
No entanto, a geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ainda fechou negativa em R$ 232 milhões no quarto trimestre, embora tenha representado uma melhora significativa em relação ao Ebitda negativo de R$ 1,3 bilhão apurado no mesmo período de 2023.
Ao longo de 2024, a empresa conseguiu alcançar um Ebitda positivo de R$ 1,66 bilhão, revertendo o Ebitda negativo de R$ 2,73 bilhões em 2023.
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Visão de futuro e recuperação contínua
Em entrevista ao Brodcast, o presidente da Americanas, Leonardo Coelho, destacou que a empresa está em um processo contínuo de transformação e recuperação. Segundo ele, a melhoria dos resultados precisa ser observada de maneira progressiva, com cada trimestre superando o anterior em bases comparáveis.
“O quarto trimestre de 2024 precisa ser melhor que o de 2023, e o primeiro trimestre de 2025 precisa ser melhor que o primeiro de 2024”, afirmou Coelho, enfatizando a importância de um crescimento constante e estruturado.
O presidente também explicou que, quando a empresa chegar ao terceiro trimestre de 2025, comparando com o mesmo período de 2024, a Americanas estará em uma posição mais forte, com os principais efeitos da recuperação judicial já superados e os impactos das fraudes passadas dissipados.
Ele afirmou que, nessa fase, a companhia será “praticamente comparável” ao que era antes das dificuldades financeiras.
Impacto no mercado
O mercado, no entanto, reagiu de forma negativa aos resultados divulgados, com as ações da Americanas caindo significativamente. Esse comportamento reflete a incerteza dos investidores em relação à recuperação da empresa, que ainda lida com desafios relacionados à sua reestruturação financeira e à confiança dos consumidores.
Embora a Americanas tenha mostrado sinais de melhora no ano, o quarto trimestre de 2024 demonstrou que o caminho para a estabilidade financeira ainda será longo.
A recuperação judicial continua a ser um fator de risco, mas a companhia segue trabalhando para reverter sua situação. E, assim, restabelecer a confiança do mercado e dos seus investidores. O desempenho dos próximos trimestres será crucial para avaliar o real potencial de recuperação da varejista.
