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Americanas aprova aumento de capital em Recuperação Judicial

A Americanas recebeu aprovação sem restrições do Cade para o aumento do capital social através da subscrição e integralização de novas ações.

Imagem/Reprodução Americanas
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  • A Americanas anunciou que o CADE aprovou a subscrição e integralização das novas ações ordinárias
  • Além disso, a operação envolveu a compra de participação societária minoritária pelos bancos Bradesco, Santander, Itaú, Safra e BTG Pactual
  • A assembleia geral extraordinária realizada em 21 de maio de 2024 aprovou o aumento de capital

A Americanas (AMER3) anunciou que o CADE aprovou, sem restrições, a subscrição e integralização das novas ações ordinárias. Estas, emitidas pela companhia como parte do aumento do capital social.

Além disso, a operação envolveu a compra de participação societária minoritária pelos bancos Bradesco, Santander, Itaú, Safra e BTG Pactual. Isto, juntamente com a aquisição de controle pelos acionistas de referência ligados a Jorge Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.

A assembleia geral extraordinária realizada em 21 de maio de 2024 aprovou o aumento de capital. Ainda, conforme os termos e condições estabelecidos no plano de recuperação judicial da companhia.

Segundo a lei, o prazo de 15 dias corridos para questionamentos ao tribunal do Cade começará nesta terça-feira (9) e se encerrará em 23 de julho. Se não houver questionamentos, a Superintendência-Geral do Cade finalizará a decisão de aprovação.

Fraudes contábeis nas Americanas superaram os R$ 25 bilhões

Considerado um dos gigantes do varejo brasileiro, com quase um século de história, o Grupo Americanas surpreendeu o país quando, em janeiro do ano passado, anunciou “inconsistências contábeis” de mais de R$ 20 bilhões, até então desconhecida de investidores, fornecedores, credores, trabalhadores e da sociedade brasileira, como um todo.

Uma análise por parte da área contábil da empresa havia identificado operações de financiamentos de compras de cerca de R$ 20 bilhões, que fizeram com que a Americanas ficasse devendo a instituições financeiras. Mas essas dívidas não estavam “adequadamente refletidas na conta fornecedores” nas demonstrações financeiras da companhia.

Logo após o anúncio, o Grupo Americanas entrou com um pedido de recuperação judicial, de forma a se proteger das cobranças de dívidas imediatas e proteger seus negócios e patrimônios.

Mas as surpresas não parariam por aí. Alguns meses depois, a própria empresa lançou uma nova bomba: as inconsistências eram fruto de fraudes. Depois de uma auditoria independente, a Americanas verificou indícios de manipulação de dados contábeis por parte de sua antiga diretoria, que chegavam a R$ 25,3 bilhões.

A empresa identificou que criou artificialmente diversos contratos de verbas de propaganda cooperada (VPC) para melhorar os resultados operacionais. A contabilidade lançava isso como uma maneira de reduzir os custos, mas não contratava efetivamente fornecedores para o serviço.

VPC são verbas em dinheiro ou em produtos bonificados disponibilizados por grandes fabricantes para incentivar a venda de seus produtos. Nas lojas varejistas, por exemplo, a instalação de gôndolas específicas para o item no ponto de venda. Além da colocação do produto em destaque ou ações promocionais.

No caso da Americanas, bilhões de reais em VPC fictícias foram intencionalmente lançados em seus balanços contábeis. Isto, conforme admitido pela própria empresa e seus ex-dirigentes que estavam na gestão até o final de 2022.

Além disso, foram identificadas operações de risco sacado. As quais, consistiam na antecipação de pagamento aos fornecedores, através da contratação de empréstimos junto aos bancos. A empresa não lançava adequadamente essas operações, que incluíam o pagamento de juros às instituições financeiras, ocultando bilhões em dívidas em sua contabilidade.