- O rali das ações da Tesla após a eleição de Trump não se sustentou em 2024, contrariando as projeções iniciais do mercado
- A aproximação entre Elon Musk e o presidente eleito não se traduziu em benefícios concretos para a Tesla, especialmente em políticas industriais e comerciais
- As ações da Tesla registraram uma forte desvalorização, refletindo um cenário menos favorável do que o previsto pelos investidores
Maria Irene Jordão, analista global da XP, afirmou em entrevista ao programa Morning Call da XP nesta segunda-feira (24) que o rali das ações da Tesla, observado logo após a eleição de Donald Trump em novembro do ano passado, não se concretizou neste ano.
Inicialmente, o mercado acreditava que a aproximação do CEO da Tesla, Elon Musk, com o presidente eleito dos Estados Unidos traria benefícios para a companhia, especialmente no campo das políticas industriais e comerciais.
No entanto, o que se viu foi uma queda significativa nas ações da Tesla, refletindo um cenário menos otimista.
A queda das ações da Tesla
Segundo Jordão, desde a posse de Trump, a ação da Tesla perdeu quase 40% de seu valor, retornando ao patamar anterior à eleição de 2016. As expectativas positivas geradas pela relação entre Musk e Trump não se materializaram da maneira esperada.
A analista ressaltou que fatores externos e questões internas têm prejudicado o desempenho da empresa, resultando em um mercado mais cético em relação ao futuro da Tesla.
Além disso, notícias negativas como o recall da picape Cybertruck, devido a defeitos de fabricação, também têm impactado a reputação da empresa. O modelo já vinha enfrentando outros problemas e a situação tem gerado um risco reputacional significativo. Assim, afetando tanto a imagem da marca quanto o desempenho das ações.
“O modelo já vinha apresentando outros problemas. É um risco reputacional bastante relevante para a marca”, destacou.
Protestos e vandalismo
Outro fator que tem afetado as ações da Tesla são os protestos e atos de vandalismo em suas unidades e veículos nos Estados Unidos.
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De acordo com Maria Irene Jordão, essa associação de Elon Musk ao governo Trump tem gerado uma série de manifestações contrárias. E, no entanto, que têm afetado negativamente as vendas dos veículos e o valor das ações da Tesla.
A imagem da marca, associada ao governo Trump, tem se mostrado um obstáculo para a aceitação popular de seus produtos, especialmente em um momento de crescente polarização política nos Estados Unidos.
Impacto global das tarifas de Trump
Além da análise sobre a Tesla, a analista também comentou sobre as projeções mais baixas para o crescimento global, especialmente com a implementação das tarifas comerciais impostas ou previstas pelo governo Trump.
Segundo a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a projeção do PIB global para 2019 foi reduzida de 2,4% para 2,2%. E, para o próximo ano, de 2,2% para 1,6%.
Jordão destacou que as tarifas comerciais, que visam proteger a economia americana, representam um risco significativo não apenas para os Estados Unidos, mas para o comércio global como um todo.
O aumento de tarifas pode prejudicar as cadeias de suprimento. E, consequentemente, afetar o comércio internacional, o que, por sua vez, impactaria o crescimento econômico global.
“Há temores de que essas tarifas afetem diretamente o comércio global, prejudicando a economia mundial”, afirmou Jordão.
O futuro da Tesla e da economia global
Com as dificuldades enfrentadas pela Tesla e o impacto das políticas tarifárias de Trump no cenário global, o futuro da companhia e da economia mundial permanece incerto.
A Tesla terá que lidar com os desafios internos, incluindo problemas de fabricação e os impactos da sua associação com o governo Trump. Por outro lado, o cenário global também exige cautela. Contudo, à medida que o comércio mundial se vê ameaçado por medidas protecionistas.
