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ANBIMA: Investimentos dos brasileiros somam R$ 5 trilhões em 2022

Foto/Reprodução GDI
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O volume financeiro investido por pessoas físicas atingiu a cifra de R$ 5 trilhões no ano passado. O valor representa um crescimento de 11,7% em relação aos R$ 4,5 trilhões registrados em 2021, segundo balanço divulgado pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Esse montante engloba os segmentos de varejo, varejo alta renda e private das instituições financeiras.

A alta foi puxada, sobretudo, pela aplicação em produtos de renda fixa, como CDBs (Certificados de Depósito Bancário), LCIs e LCAs (Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio, respectivamente).

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“Em um cenário de inflação e alta taxa de juros, é natural que os investidores aloquem seus recursos em produtos mais conservadores e com isenção de imposto de renda em busca do conhecido tripé de rentabilidade, liquidez e segurança”, avalia Ademir A. Correa Junior, presidente do Fórum de Distribuição da ANBIMA.

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+Confira as estatísticas completas de varejo

Com 143,6 milhões de contas (não corresponde ao total de CPFs, já que cada pessoa pode ter mais de uma conta em mais de uma instituição), o varejo foi o responsável por R$ 3,1 trilhões do volume financeiro investido pelos brasileiros. A participação do varejo tradicional subiu 13,3% no ano, chegando a R$ 1,7 trilhão, enquanto o volume investido no alta renda responde por R$ 1,4 trilhão, ganho de 16,2% em relação a 2021.

Já o private, que abrange clientes com no mínimo R$ 3 milhões em investimentos, cresceu 7,3%, fechando 2022 com R$ 1,9 trilhão aplicados.

Títulos e valores mobiliários puxam alta

Os títulos e valores imobiliários se destacaram no ano, com a cifra de R$ 2,4 trilhões, alta de 25,8% em relação ao fechamento de 2021, ampliando sua participação no mercado de 42% para 47%.

Os fundos de investimento responderam por R$ 1,5 bilhão (30%) do total investido, aumento de 4,2% em relação ao ano retrasado. As aplicações em previdência, no private, atingiram o patamar de R$ 187,3 bilhões, crescimento de 11,5%. Em contrapartida, a poupança, que responde por 18% da indústria, perdeu 4% dos recursos e fechou o ano com R$ 949,3 bilhões.

“O endividamento das famílias, que bateu recorde em 2022, fez muitos investidores retirarem dinheiro da poupança para pagar dívidas. Outro fator que contribuiu para o resultado foi o fim do pagamento do auxílio emergencial”, afirma Correa.

Entre os títulos e valores mobiliários, os CDBs lideraram o volume de investimento, fechando o ano com R$ 715,9 bilhões, alta de 25,5% em relação a 2021. As LCAs tiveram ganho de 76%, chegando a R$ 317,6 bilhões, enquanto as LCIs subiram 67,6%, totalizando R$ 217,2 bilhões.

“Com a taxa de juros a dois dígitos e a multiplicação de plataformas e bancos digitais, alguns produtos ganharam ainda mais atratividade. É o caso dos CDBs, que são o segundo produto mais procurado depois da poupança. As LCIs e LCAs também tiveram um salto e, além destes fatores, ainda têm como atrativo a isenção do imposto de renda”, fala Correa.

Por outro lado, o volume financeiro aplicado em ações caiu 4,2% para R$ 619 bilhões, impactando na participação destes ativos na indústria: de 34,2% em dezembro de 2021 para 26% no fechamento do ano passado. A queda foi influenciada, sobretudo, pelo private, que conta com clientes com maiores quantias alocadas nesses produtos. O produto no segmento teve retração de R$ 23,9 bilhões, ou 5,3%, enquanto o varejo marcou redução de R$ 3,4 bilhões, ou 1,7%.

Fundos de renda fixa lideram

O comportamento dos investidores com fundos em seus portfólios seguiu o observado nos demais produtos, ou seja, a classe de renda fixa liderou as aplicações, com alta de 12,9% em relação a 2021, totalizando R$ 512,1 bilhões. Isentos de imposto de renda, os fundos imobiliários cresceram 14,1%, aumentando a participação para R$ 92,3 bilhões. Os fundos de ações cresceram 3,5%, somando R$ 224,4 bilhões em volume aplicado no ano.

Quando olhamos os multimercados, houve queda de 2,1% na comparação com 2021, encerrando o ano com R$ 672,2 bilhões.

“Apesar da queda dos multimercados não ser tão significativa em termos percentuais foi a maior anual da série histórica. Essa classe, por ter mais diversidade de papéis, títulos com prazos mais longos e maior exposição a risco, perderam aplicações por causa dos juros altos”, analisa Correa.

Regiões

Embora o Sudeste responda por 67,5% (R$ 3,4 trilhões) de todo o volume aplicado entre as regiões brasileiras, o Centro-Oeste e Nordeste ganharam mais terreno em 2022, com altas de 15,2% e 14,1%, respectivamente. O volume financeiro aplicado no Centro-Oeste chegou a R$ 259 bilhões, enquanto no Nordeste, o valor atingiu o patamar de R$ 435 bilhões.

“Nas duas regiões, os aumentos foram puxados pelo segmento varejo, onde estão os maiores volumes de investimento”, finaliza Correa.

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