
- Eduardo Bolsonaro disse que a redução das tarifas americanas só será possível após aprovação de uma anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
- O deputado prevê que o governo Trump deve reagir ao julgamento no STF, mesmo sem prazo definido.
- Empresários pressionam em Washington, mas Eduardo reforça que a decisão final passa por Brasília.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) declarou nesta quinta-feira (4) que o esforço de empresários brasileiros em Washington para reverter o tarifaço dos Estados Unidos contra o Brasil não deve surtir efeito imediato. Segundo ele, a única forma de abrir espaço para negociações comerciais com Donald Trump é aprovar, antes de tudo, uma anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro em Brasília.
Na avaliação do parlamentar, a questão das tarifas vai muito além do comércio. Para Eduardo, trata-se de um impasse político que só poderá ser destravado se o Brasil mostrar disposição em proteger Bolsonaro. O deputado disse ainda que o governo americano deverá reagir ao julgamento em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF).
O cálculo político por trás das tarifas
Durante conversa com jornalistas na capital americana, Eduardo Bolsonaro afirmou que não se trata de uma disputa comercial comum. Para ele, as tarifas impostas por Trump são reflexo direto da crise política que envolve o ex-presidente no Brasil.
“Está muito claro que não é uma questão comercial. A melhor maneira de solucionar isso é em Brasília, não é aqui”, disse. Na visão dele, o primeiro passo deve ser a votação da anistia, que abriria portas para uma negociação em melhores condições com o governo americano.
O deputado ressaltou que não participará oficialmente das conversas entre empresários e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), mas que mantém reuniões paralelas com executivos brasileiros em Washington.
A expectativa de reação dos EUA
Eduardo Bolsonaro indicou que a Casa Branca deve responder ao julgamento do pai, que teve início esta semana no STF.
Embora não tenha detalhado quais medidas poderiam ser tomadas, afirmou que Trump acompanha de perto o caso e já se manifestou publicamente sobre o que considera “perseguição política” no Brasil.
“Pode até não ser amanhã, pode não ser na data do julgamento, mas eu esperaria algum tipo de resposta nos próximos momentos”, declarou.
Portanto, para o parlamentar, mesmo uma sinalização política já seria suficiente para aumentar a pressão sobre o governo brasileiro.
Empresários no meio do fogo cruzado
Enquanto a CNI lidera uma missão empresarial em Washington para tentar reduzir os impactos do tarifaço, Eduardo Bolsonaro reforçou que o verdadeiro campo de batalha está no Congresso brasileiro.
Além disso, ele citou declarações de assessores próximos a Trump para reforçar seu ponto de que a pressão precisa vir de Brasília.
O deputado ainda disse que não se trata de uma “anistia para inglês ou americano ver”, mas de uma decisão concreta que, segundo ele, recolocaria o Brasil em posição mais forte para negociar tarifas.
Consequências para o mercado
As falas de Eduardo Bolsonaro acendem alerta entre investidores e empresas que dependem do comércio com os EUA.
Assim, a vinculação explícita entre a anistia ao ex-presidente e a redução de tarifas amplia a percepção de risco político, podendo trazer volatilidade extra para o câmbio, juros e bolsa.
Ademais, no campo comercial o Brasil busca expandir mercados alternativos, como China e México, mas os Estados Unidos seguem como um dos principais destinos de exportações brasileiras.
Por fim, caso o impasse se prolongue, setores estratégicos como agro, siderurgia e manufatura podem sentir ainda mais pressão.