- Mesmo com inflação elevada, os brasileiros mantêm gastos essenciais, impulsionando vendas em supermercados e restaurantes
- As famílias estão otimizando orçamentos, equilibrando necessidades alimentares com ajustes nos padrões de consumo
- O aumento nas transações reflete estratégias para lidar com a pressão inflacionária sem abrir mão de itens básicos
Em 2025, os brasileiros continuaram a aumentar seu consumo em supermercados e restaurantes, apesar dos desafios impostos pela inflação. A pesquisa realizada pela Alelo, em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), revela que as transações em supermercados cresceram 8,9% em fevereiro deste ano, quando comparado ao mesmo período de 2024.
Já o aumento nas transações realizadas em restaurantes foi de 2,8%. Esses dados refletem uma tendência de crescimento do consumo, impulsionada, em parte, pela necessidade de adaptação a uma inflação crescente e à busca por alternativas de consumo.
Supermercados apresentam forte crescimento
Os supermercados foram os principais responsáveis pelo aumento no consumo das famílias brasileiras em 2025. O valor total das compras dos brasileiros aumentou 19,6% em fevereiro de 2025, enquanto o valor médio por transação subiu 9,8%, comparado ao mesmo mês de 2024.
Este aumento nas compras nos supermercados é consistente com a expansão do volume de vendas, que teve alta de 11,2% nos últimos 12 meses, e um aumento de 20,3% no faturamento das lojas.
Mesmo com a inflação impactando os preços dos alimentos, os supermercados apresentaram um bom desempenho, com um crescimento de 1% no número de transações e uma alta de 2,2% no valor das vendas entre janeiro e fevereiro de 2025.
O aumento no valor médio por transação também foi de 1,1% no mesmo período. Segundo o IBGE, os preços dos alimentos no domicílio, medidos pelo IPCA, subiram 0,8% em fevereiro de 2025, acumulando uma alta de 7,1% em relação a fevereiro de 2024.
Restaurantes também veem crescimento no consumo
Os brasileiros também têm optado por gastar mais em restaurantes, com um aumento de 3,2% nas transações realizadas em fevereiro de 2025, comparado a janeiro. Além disso, o valor transacionado aumentou 2,2%, mesmo com uma pequena queda de 0,9% no valor médio por transação.
Quando comparado com fevereiro de 2024, o número de transações subiu 2,8%, e o valor das vendas nos restaurantes teve um aumento significativo de 16,4%. O valor médio por transação, por sua vez, cresceu 13,2%.
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No acumulado dos últimos 12 meses, os restaurantes registraram uma alta de 4,6% no número de transações e um aumento de 15,6% no valor transacionado. O valor médio por transação teve um crescimento de 10,5% no mesmo comparativo.
Esses dados mostram uma preferência crescente dos brasileiros por refeições fora de casa, apesar do aumento dos preços de alimentação.
Inflação segue impactando o orçamento das famílias
A inflação no Brasil atingiu 1,31% em fevereiro de 2025, o maior aumento para o mês em 22 anos. A alimentação, tanto dentro quanto fora de casa, foi um dos principais vilões dessa alta.
Enquanto itens como arroz, feijão e tomate tiveram quedas de preços, o custo médio da refeição subiu 9,2% no período de 12 meses. Assim, pressionando ainda mais o orçamento das famílias brasileiras.
Em relação aos preços de alimentação fora de casa, que englobam restaurantes e refeições em estabelecimentos similares, o IPCA registrou uma inflação de 0,5% em fevereiro de 2025.
No último ano, os preços desse segmento subiram, em média, 6,7%, refletindo o aumento nos custos operacionais dos restaurantes e o impacto da inflação nos preços dos ingredientes.
Perspectivas de consumo para o futuro
Apesar da inflação persistente, os brasileiros continuam a ajustar seus padrões de consumo, priorizando supermercados e refeições fora de casa. A pesquisa aponta para uma tendência de crescimento no consumo de alimentos, mesmo que a inflação pressione o bolso dos consumidores.
Esse aumento nas transações, tanto em supermercados quanto em restaurantes, reflete uma adaptação das famílias. Que buscam, no entanto, otimizar seus gastos e, ao mesmo tempo, satisfazer suas necessidades alimentícias em um cenário econômico desafiador.
O setor de supermercados e restaurantes seguirá enfrentando desafios relacionados aos altos custos de insumos e aos impactos da inflação. Contudo, a resiliência do consumo e o aumento nos gastos com alimentos indicam que, apesar das dificuldades econômicas, o setor pode continuar apresentando crescimento no curto e médio prazo.
