Após abrir em alta, Ibovespa reverte ganhos com queda de expectativas nos mercados

Na véspera do feriado brasileiro, o pessimismo global em relação à trajetória das taxas de juros nos Estados Unidos ganhou força devido ao excelente desempenho do setor de serviços no país, que atingiu seu melhor resultado em seis meses, registrando 54,5 pontos em agosto, de acordo com o índice dos gerentes de compras do instituto ISM. Esse acontecimento teve um impacto imediato nos mercados financeiros brasileiros, afetando o Ibovespa, as taxas de juros e o valor do dólar.

O Ibovespa, que vinha se destacando e se aproximando da marca de 118 mil pontos, impulsionado pelo otimismo relacionado à supersafra de grãos, revisões positivas do PIB para o ano e o desempenho favorável dos papéis de commodities, reverteu rapidamente seus ganhos e caiu para cerca de 116 mil pontos (116.534,49 na mínima), representando uma queda de 0,67%.

O dólar, por sua vez, voltou a ganhar força, com o índice DXY se aproximando dos 105 pontos (+0,18%, atingindo 104,992). Essa valorização da moeda norte-americana teve um efeito direto nos preços do petróleo, fazendo com que o Brent para novembro caísse para US$ 89,51, registrando uma queda de 0,63%. No mercado interno, o dólar também se afastou das mínimas intraday, quando chegou a ser cotado a R$ 4,9547 à vista e R$ 4,9735 no futuro.

Além disso, as taxas de juros brasileiras apresentaram um aumento significativo nos prazos mais longos. A taxa de juros para janeiro de 2027 subiu 8,5 pontos-base, atingindo 10,555%, enquanto a taxa para janeiro de 2029 subiu 8 pontos-base, alcançando 11,040%, e a taxa para janeiro de 2031 subiu 9 pontos-base, chegando a 11,330%. Por outro lado, a taxa de juros para janeiro de 2024 permaneceu estável em 12,375%, e a taxa para janeiro de 2025 subiu para 10,635%, também atingindo seu ponto mais alto, com um aumento de 2 pontos-base no prêmio.

Nos Estados Unidos, o Nasdaq e o S&P renovaram suas mínimas, com quedas de 1,19% e 0,83%, respectivamente, enquanto o Dow Jones registrou uma queda de 0,54%. O rendimento da T-note de 2 anos voltou a ultrapassar os 5%, com um aumento de 6,1 pontos-base, atingindo 5,027%, enquanto o rendimento da T-note de 10 anos subiu 2,4 pontos-base após atingir uma máxima de 4,30%, chegando a 4,292%.

O forte desempenho do setor de serviços nos Estados Unidos gerou um impacto considerável nos mercados financeiros globais, levando a ajustes nas estratégias dos investidores e causando volatilidade nos preços dos ativos. O cenário internacional continua a influenciar as decisões dos investidores brasileiros, que permanecem atentos às tendências econômicas e políticas globais à medida que os mercados se adaptam às mudanças nas expectativas de juros nos EUA.

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