- Lula criticou a taxa de juros elevada de 12,25%, afirmando que ela é o principal obstáculo ao crescimento econômico do Brasil
- O presidente reiterou seu compromisso com a responsabilidade fiscal, destacando que o governo deve controlar os gastos, não o mercado
- Lula defendeu as medidas fiscais enviadas ao Congresso, enfatizando que elas buscam equilibrar as contas públicas sem prejudicar a população
- Apesar de ainda se recuperando de uma cirurgia, Lula planeja retomar sua agenda política em Brasília, com novos compromissos previstos para dezembro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou novamente a alta taxa de juros no Brasil, logo após receber alta do Hospital Sírio-Libanês, neste domingo (15). Em uma entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, Lula destacou que a atual taxa Selic, de 12,25%, continua sendo um obstáculo ao crescimento econômico do país e reiterou a necessidade de ações para promover a recuperação econômica.
O presidente, que se encontra em fase de recuperação após uma cirurgia para drenar um hematoma no crânio, aproveitou a oportunidade para reforçar suas críticas à política monetária vigente.
“Única coisa errada”
Lula foi enfático ao afirmar que a taxa de juros elevada é “a única coisa errada” na economia brasileira no momento. Ele afirmou que a alta da Selic prejudica diretamente o custo do crédito tanto para empresas quanto para consumidores, afetando o investimento e o crescimento econômico de forma geral.
O presidente também reafirmou seu compromisso com a responsabilidade fiscal, um princípio que ele considera essencial para o equilíbrio das contas públicas, mas sem permitir que os gastos do governo sejam controlados por pressões externas, como as do mercado financeiro.
“Vou repetir: ninguém nesse país, do mercado, tem mais responsabilidade fiscal do que eu. Entreguei esse país numa situação muito privilegiada, e é isso que eu quero fazer outra vez. Não é o mercado que tem que ficar preocupado com os gastos do governo, é o governo. O que está errado é a taxa de juros estar acima de 12% — isso é o que não tem explicação”, afirmou Lula, reforçando a ideia de que o foco do governo deve ser no controle interno das finanças, sem subordinação ao mercado.
O pacote de medidas fiscais e a crítica ao mercado
O presidente também aproveitou para responder às críticas sobre o pacote de medidas fiscais proposto pelo governo e que está em tramitação no Congresso Nacional. Segundo Lula, as propostas enviadas ao Legislativo visam garantir o equilíbrio das contas públicas e não representam uma ameaça ao controle dos gastos.
“Nós fizemos aquilo que é possível, mandando [o pacote] para o Congresso Nacional. O compromisso com a responsabilidade fiscal é nosso. Quem sofre com gastos excessivos é o povo, e é isso que queremos evitar”, afirmou, destacando a prioridade do governo em assegurar a saúde fiscal do país.
A aprovação das medidas fiscais tornou-se uma questão crucial para o governo, que enfrenta um momento decisivo para garantir a sustentabilidade das contas públicas. Lideranças do Planalto trabalham intensamente para assegurar que as propostas avancem antes do recesso parlamentar, que começa em 23 de dezembro.
O governo busca um equilíbrio entre manter a responsabilidade fiscal e implementar ações que favoreçam o crescimento econômico e a geração de empregos.
Taxa de juros como obstáculo ao crescimento
Para Lula, um dos principais obstáculos ao crescimento econômico no Brasil continua sendo a elevada taxa de juros. O presidente defendeu que a redução da Selic seria essencial para estimular a economia, diminuir o custo do crédito e aliviar o peso sobre as famílias brasileiras.
“Precisamos de juros mais baixos para que o Brasil cresça, gere emprego e alivie o peso sobre a população. Essa será uma prioridade no próximo ano”, afirmou, destacando que a política econômica do governo não pode ser dissociada de um esforço para garantir o bem-estar da população.
Recuperação e agenda presidencial
Mesmo em processo de recuperação após a cirurgia, Lula já sinalizou a retomada de sua agenda política. Ele espera estar em Brasília na próxima semana, após a realização de novos exames na quinta-feira (19), e tem planos para reuniões com ministros e participação em eventos ainda em dezembro.
O presidente também afirmou que pretende continuar a conduzir as discussões sobre a agenda econômica e política do governo, reforçando que a busca por soluções para a crise econômica será uma prioridade durante os próximos meses.
Com sua saúde em recuperação e uma agenda política ainda intensa pela frente, Lula segue defendendo um modelo de desenvolvimento que, segundo ele, precisa ser sustentado por uma política fiscal responsável, mas também por medidas que promovam o crescimento econômico e o bem-estar social.
A expectativa é que, nos próximos dias, o presidente se dedique a essas questões de forma mais ativa, à medida que se prepara para novos compromissos e desafios políticos.