
- Redução de 4,6% nas refinarias a partir de 01/04, com novo valor médio de R$ 3,55/litro – primeiro ajuste para baixo desde dezembro/2023
- Presidente da estatal confirmou a medida durante evento do BNDES sobre créditos de carbono
- Queda ocorre dois meses após aumento de 6% em fevereiro, refletindo cenário internacional de commodities
A Petrobras (PETR3; PETR4) anunciou que reduzirá o preço médio do diesel em suas refinarias em 4,6%, fixando-o em R$ 3,55 por litro a partir de 1º de abril. Essa é a primeira redução desde dezembro de 2023 e ocorre quase dois meses após um aumento de 6% em fevereiro.
A decisão foi confirmada pela presidente da companhia, Magda Chambriard, durante um evento do BNDES sobre créditos de carbono.
Ajuste de preços e impacto no mercado
A Petrobras vinha mantendo o preço do diesel acima da paridade de importação (PPI) durante grande parte de março. Assim, o que favoreceu importações por empresas privadas, segundo cálculos da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
O consultor da StoneX, Thiago Vetter, afirmou que a estatal chegou a superar o preço internacional em R$ 0,40 por litro ao longo do mês. Com a nova redução, os valores voltam a se alinhar ao mercado externo.
Política de preços e contexto político
Desde que assumiu a presidência, Lula tem incentivado uma política de ajustes menos frequentes nos combustíveis para evitar a transferência de volatilidades internacionais para o consumidor.
O governo também acompanha de perto a questão dos preços. Especialmente, diante da alta na inflação de alimentos, fator que tem impactado a popularidade de Lula.
Chambriard destacou que, desde dezembro de 2022, a Petrobras reduziu o valor do diesel para as distribuidoras em R$ 1,45 por litro, uma queda acumulada de 29% considerando a inflação do período.
Repercussões e expectativa do mercado
A Abicom apontou que os preços da Petrobras estavam em média 2% acima do PPI na sexta-feira, e que o indicador acumulava redução de R$ 0,45 por litro desde o último reajuste.
O sócio-diretor da Raion Consultoria, Eduardo Oliveira de Melo, afirmou que o corte no preço do diesel já era esperado. No entanto, o repasse ao consumidor final não é imediato, pois depende de impostos, mistura de biodiesel e margens de lucro de distribuição e revenda. Além disso, o mercado brasileiro também conta com refinarias privadas e importações.
Para a gasolina, a Petrobras decidiu manter os preços inalterados. A companhia também anunciou que reduzirá o preço do querosene de aviação (QAV) para distribuidoras na terça-feira, mas não divulgou detalhes sobre o percentual do corte.